sábado, 29 de agosto de 2009

Sem cais

São sete horas da manhã de um sábado que não promete aleluias. É um tempo que não passa. A bagunça do coração do outro me fez de tonta e agora eu sou uma ladainha que grita, chora e fala baixinho. Eu me perdi.
Acordei com a certeza da dieta e já estou com vontade de comer besteira. Fico me imaginando magra assim como a Cristiane F. se imaginava livre das drogas e feliz, como a menina do comercial da Coca-Cola. O Caetano no rádio me ajuda. A gente inventa pessoas, criamos toda uma redoma pra elas e ficamos ouvindo resignados os apelos banais dos outros. Eu sinto inveja, preciso admitir. Todo aquele papinho de contar a vida inteira em duas horas e de mexer no cabelo pra fazer charme. Ah, que falta isso faz...
Esses assuntos de Revolução, pós-graduação e o caos do mundo não são para os primeiros encontros e talvez não sejam nem para os últimos. O negócio é falar daquela música do verão passado, do filme que te deixou estatelado na cadeira do cinema ou de como o Gilberto Braga foi injusto com a Bebel e com o Olavo no último capítulo de Paraíso Tropical, o que só reafirma a falta de habilidade dele para dar fim as boas histórias que sabe contar. Dá pra falar de futebol também, da situação deveras periclitante do Flamengo e daquele jogo da Copa de 2006 que o goleiro de Portugal virou atacante. Meu pai sempre diz pra não confiar em homem que não gosta de futebol.
Eu me cansei de discutir a falta de ética dos senadores. Pra mim somos todos iguais. Eu e você lá, muito provavelmente, não sairíamos impunes. Quero falar das minhas novas experiências na cozinha e de como aquela sombra que eu passei ontem ficou bem em mim. Citar autores, só depois de umas cinco caipirinhas. Marx só depois de oito.
Ah, a luta de classes...

3 comentários:

  1. huahauhauhauhauahua

    Aahh a luta de classes!

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  2. Quero falar que cena do filme de Bollywood na praia em Caminhos foi sensacional!!!!Eu quero!

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