sábado, 15 de agosto de 2009

Copacabana me engana.

O Sarney não merece que eu passe o meu sábado a tarde toda de preto, nem merece que eu vá ao Posto 6 e finja que estou lá porque me preocupo com a política nacional. Pelo Sarney eu não deixaria de ir a Copacabana sem ir a praia. Por ele eu não cantarias aqueles jingles fajutos do movimento estudantil, nem iria pra um barzinho depois comemorar a passeata feita para mostrar a aristocracia da Zona Sul que ela mesma se importa com alguma coisa.
Quando eu tinha dezessete anos (já dizia a Barbara Sansom que a gente não é sério aos dezessete anos) eu fui na passeata contra a guerra do Iraque. Era um sábado de sol como esse e tudo o que eu queria era conhecer os universitários politizados que estariam lá. Eu queria ser a camponesa gurrilheira manequim e terminei com as pessoas da sala de jantar que estão preocupadas em nascer e morrer. Depois de lá eu fui pra Santa Teresa com os meus amigos do PT ( há sete anos atrás os jovens ainda tinham partido) e ficou todo mundo paquerando e sambando e seguindo a canção. A Revolução podia esperar, o barzinho não.
Hoje, em 2009, eu não acredito mais na Revolução, embora seja extremamente otimista em relação a ordem natural das coisas. Adoro o Lula, a Petrobrás, a Globo, o Obama (esse eu amo tanto que já pensei até em fazer uma tatuagem com o nome dele), o cinema nacional, a UFRJ, entre muitas outras coisas que são cheias de problemas, mas que me convenceram. Eu abomino as visões fatalistas de que o mundo vai ficar sem oxigênio nos próximos 50 anos e me desespero quando vejo reportagens sobre a Amazônia, mas rapidamente volto a sala de jantar e vou resolver as minhas coisas.
Eu tenho 24 anos e confesso, me acomodei. E quem joguem as pedras. Se fosse pra ser feliz no amor e pra ter infinitas noites de sexo selvagem eu até arriscaria a minha vida, mas a patria amada, idolatrada, salve, salve que tem um grande espaço no meu coração não é motivo suficiente.
Vou ao cinema agora.
Goodbye.

Um comentário:

  1. O dia em que eu vir uma caravana do Leblon no programa do Faustão eu vou gostar da Globo.

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