sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O amigo do outro que é meu.

Eu preciso dizer. Preciso dizer que leio as coisas que você escreve. E que morro de vontade de ir conversar com você. É, vocês mesmo, que conhece as paixões fulminantes e os abandonos macios. Você que é especial e brilhante, mas que está sozinho. Por muitas vezes eu pensei em você. Os seus cabelos me vêm a cabeça na maior parte das vezes quando eu estou no ônibus. Me atormenta e me resolve ser como você.
Eu tive medo de pecar como você, mas depois eu percebi que já tinha entregado os pontos. E eu nunca pedi a revanche. Eu nunca quis ganhar a guerra. Eu, nessa sexta feira a noite, sou a derrotada mais apaixonada que existe. Eu, nessa sexta feira de chuva e frio sou resignada, burra, desperdiçada. Eu, nessa sexta feira de um agosto mais um, sou você. E como pode eu e você termos sido deixados por pessoas tão amáveis? Como pode eu e você irmos atrás das noites em claro, dos livros perdidos, dos fragmentos do discurso amoroso que ficaram lá?
Eu e você, piscianos distantes. Quantas Avenidas Rio Branco terão que existir
entre nós? Quem nos cala?

Um comentário:

  1. Ah, mas é que dói tanto que eu sinto mais dor como afta que a gente morde até sangrar pra dor virar coisa íntima gastada ao extremo e assim perder o valor

    No fundo tudo é um masoquismo super sádico em querer escrever. Santo é aquele que nem fala nem escreve.

    Ah, mas dói tanto essa madrugada de outono no meu peito que meu pé gelado chega a gritar

    Vá tomando conta do azul daí, da maresia, do salgado, do verde e da nuvem, vá tomando conta que eu tô voltando assim cheio de ilusão nova, fresquinha, cheio de certezas velhas que tratarei de vender logo logo prum sebo desses aí.

    E se continuar a doer a gente se telefona e faz piquenique na praia. No pôr-do-sol te mostro a minha mão onde lerás a presunção de um outubro

    E antes da gente desaparecer no tempo a gente dá uma chance, uma chancezinha que seja pra felicidade.

    Combinado?

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