sábado, 21 de agosto de 2010

Exposições.

Me diga quais exposições mudaram a sua vida e te direi quem és.
As minhas foram muitas:

"O pensador" do Rodin no Museu de Belas artes, quando eu tinha 10 anos (Camille Claudel no MAM quando eu tinha 12 infelizmente mudou pouco, apesar do filme sobre ela ter mudado tudo).

Um quadro que se chamava "Porta aberta para o mar" no Surrealismo do CCBB em 2001.

Os cartazes de propaganda da Revolução Russa em 2002, também no CCBB (começavam alegres e no final eram austeros e tristes, com o Stalin convocando as mulheres a servirem ao povo).

Fui com a minha irmã numa exposição no CCBB em 2003 em que a gente entrava numa sala e tinham vários telões com ondas do mar. Era só ficar sentado escutando e sentindo. Lindo!

"Tudo é Brasil" no Paço Imperial em 2004. - E eis que o Tropicalismo surgiu pra mim com unhas, dentes e tudo o que não podia dar certo.

"Quem é você, geração 80?", no CCBB também em 2004 - Foi onde eu conheci a Beatriz Milhazes, todas as suas formas redondas e cores fortes, com as quais me identifico tanto.

"Chico Buarque" na Biblioteca Nacional, ainda em 2004. Foi desenganado por uma professora e quer ter escrito em seu epitáfio que foi um sambista que escrevia livros. Clichê melhor não há.

Em 2005 teve uma exposição no CCBB que colocou pássaros no andar térreo. Não me lembro de mais nada, mas adorava ficar lá vendo os bichinhos.

"Anish Kapoor" no CCBB em 2006 - Me lembro de uma instalação que era uma grande sala cheia de argamassa roxa. Que vontade de mergulhar ali, meu Deus!

"Bauhaus" no MASP em 2007. Tinha um quadro enorme em neom que dizia "(NOW!)". Define direitinho a urgência imperativa e obsoleta da modernidade.

As listas da Clarice Lispector no Museu da Lingua Portuguesa, também em 2007. Ela queria comprar um vestido preto. Mulherzinha mesmo.

"Beatriz Milhazes" na Estação Pinacoteca, em 2008 - Não apenas formas redondas, mas janelas para uma São Paulo de todas as cores.


"Ziraldo" no CCBB esse ano. - Ziraldo, em telas que humanizam com classe os super-heróis, mostra que é um homem do seu tempo. Destaco a tela em que a Mulher-Maravilha, sozinha no quarto, olha pela janela o super-homem ir embora. O nome é "Hopper e a solidão norte-americana".

E muitas outras. Exposições, quando são boas, mudam a nossa vida, quando são ruins cansam a beça.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Jane em terras hostis.

Ainda não me recuperei completamente da última vez que queimei meus návios. Já não estou mais a deriva, mas sei que não cheguei em terra firme. Paixão igual aquela i don't want anymore. Desaprendi a lidar com os amores dos outros. Quero tudo pra mim e tudo pra cima.
No último sábado fui ao show no Mombojó. Fiquei pensando que realmente está todo mundo dançando a nostalgia do verão e que eu também quero dançar. Uma das músicas que eles tocaram no show, um homem ja cantou pra mim. Gostei de lembrar disso.
Tenho saudade da sensação de segurança que esse homem me dava. Não era a segurança de ser forte e decidido, era gostar de mim de verdade.
Não é fácil encontrar quem perdoe os nossos excessos. E é ruim ter que controlar as atitudes, "agora eu beijo, agora eu transo, agora eu digo que amo".
Tenho muita preguiça de me envolver com as pessoas. Devia ter nascido Tarzan, mas fui ser Jane, aí fudeu.