sexta-feira, 30 de julho de 2010

Imagem não é nada, sede é tudo.

I wish i was a bad girl, a Tarantino's bad girl, mas estou mais para melanie griffith em "Uma secretária do futuro". Tenho pensado em ficar lora, blondie with style e quando estou mais gordinha encontro dificuldade em me sentir interessante. Roupas querem dizer alguma coisa, sempre, mas quando se tem que disfarçar a barriga, o esforço para se fazer entender dobra.
Essa semana fui a uma reunião super cool no Leblon e me arrumei para parecer uma mulher séria. Quando cheguei lá encontrei homens que queriam parecer garotos despojados. Nos entendemos, mas saí dali me perguntando se a minha calça social para a ocasião, foi usada por eu ser tijucana, ou por eu não ficar exatamente bem com roupas from the beach.
Ficar lora talvez queira dizer que eu preciso mesmo ser mais vulgar e menos naive.
Me perguntaram numa pesquisa de rua, há dois dias, se eu tenho empréstimo no banco, respondi que sim. Me perguntaram se eu pretendo fazer novos empréstimos nos próximos 12 meses. Respondi que sim. Me perguntaram se eu faço questão que as pessoas pensem que eu ganho bem. Disse que não.
Eu quero que as pessoas me achem gostosa, foda-se a remuneração. Me recuso a andar no vagão das mulheres. Não dispenso os flertes no metrô.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Les mots qui son naive.

Dei pra escrever em inglês. There's no man like you. "This isn't a love song", Jon Bon Jovi would say and when my friends ask me if i'm in love i always answer yes. I got my pain in my arms, i put it in a red plastic bag and now i think it's hide in the right place. Pero yo voy a hacer una cancion para ella e va a ser singela, brasileña, para cantar despues del carnaval. Voy a hacer un ieieie romantico.
Os poetas roubam. That's why i'm here.
I wanna be free.

That's all.


(Now)!

sábado, 17 de julho de 2010

Pausa no bom humor.

Da quinta a oitava série eu gostei de um menino chamado Fernando. Era um amor platônico, ele era um ano mais velho que eu e me esnobava. Sofri que nem uma condenada. Muito de mim é resultado dessa rejeição. Devo muito da minha insegurança a expectátiva frustrada de que ele correspondesse aos meus olhares durante os recreio de 1996, 97, 98 e 99. Nunca tive raiva do Fernando. Ele não tinha culpa de não gostar de mim. Inclusive uns anos depois ele me procurou no ICQ e pediu desculpas. Tinha bom coração.
A adolescencia passou, outras paixonites vieram, umas correspondidas,outras não e aqui estou eu, sem grandes sequelas dos traumas antigos.
Hoje, no entanto, eu senti muita raiva desse passado de merda. Minha irmã faz aula de tecido acrobático aqui na Tijuca com uma menina que estudou na mesma escola que eu e que era da turma do Fernando. Quando ela descobriu que nós somos irmãs, não hesitou em dizer que eu era apaixonada pelo amigo dela, que vivia enchendo o saco dele e ele fugia de mim, desesperado. A filha da puta disse isso pra minha IRMÃ.
Fiquei em pé as seis da tarde na Praça Sães Peña chorando de raiva, sem conseguir me mexer. Pensava em tudo, em todos os homens que eu já gostei, no quanto eu sempre faço o possível pra não ser chata e inconveniente com eles e em como eu padecia por não fazer parte do grupo padrão da minha escola.
Essa menina que falou isso...essa menina não é bonita. Ela também não pertencia. Também era outsider, mas ao invés de ser solidária, não, ela preferiu me machucar, sem ter razão nenhuma pra isso. Tenho a sensação de que ela vai ser infeliz pra sempre.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Happinness today.

Acordar tarde
Filme bom
Caetano
Biscoito amanteigado da Kopenhaguen
Cachaça docinha
Amigas no fim do dia
Todas as músicas
Yogoberry misto com nozes, banana e mel
A hora que a Beatrix Kiddo consegue sair do caixão em Kill Bill
Minha cama quando chove
Revista Piauí
Sonhar as seis da manhã
Sol
Piscina depois da praia
Cheiro de vento quente no verão
Buldogues

...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

"Certa manhã acordei de sonhos intranquilos."

Famosos são que nem poesia, estão aí para que as nossas dores pareçam menos solitárias. Conheço o Otto, cantor, há uns dez anos, da época que ele saiu do Mundo Livre S.A. e aquela música do tempo do Bob lá do pina de Copacabana fez sucesso. Nunca parei pra ouvir mais do que essa música, mas simpatizava com o sotaque pernambucano e com a aparência bruta e ao mesmo tempo doce do rapaz. Voi la, ele se casou com a Alessandra Negrinni.
Alessandre Negrinni é a eterna engraçadinha rodriguiana. Louca, linda e de voz mansa, teve filho jovem, usa saias curtas e dá poucas entrevistas. Saiu na Playboy porque queria dinheiro e causou polêmica quando foi ao cinema ver "A lenda do cavaleiro sem cabeça" tarde da noite acompanhada do seu bebê de um ano.
Quando se apaixonaram, Alessandra rapidamente tatuou o nome do amado no braço. Eram fotografados sorridentes nas colunas sociais. Quase a bela e a fera. Uma vez entrando no show do Mombojó no Circo Voador, fui entrevistada pelo Otto, mandei um beijo pra Alessandra e ele disse, alegre, que ela também estava lá. Tiveram uma filha e o amor acabou. Ele deu uma entrevista dura ao Globo confessando o sofrimento. Como esquecer Alessandra Negrinni? Me lembro de tê-lo visto perambulando sozinho pelo Festival do Rio de 2008. Parecia triste.
Passado um tempo fui ao cinema uma sexta-feira a noite em Botafogo e o encontrei com uma namorada alta, de vestido curto, bota e cabelo despenteado propositalmente. Não conversavam. Ele só batucava "Sem compromisso" do Geraldo Pereira na mesa do café high society e ela eu não sei o que fazia.
Fui aconselhada por pessoas diferentes a ouvir seu novo cd "Certa manhã acordei de sonhos intranquilos", que saiu no ano passado. Só o fiz agora, há dois meses. Tenho a impressão de que é uma fossa pra frente, ressaca de uma paixão inacabada. Versos como: "Você me falou de uma casa pequena com uma varanda, chamando as crianças pra jantar. Isso é pra morrer." ou "Num dia assim calado você me mostrou a vida, e agora vem dizer pra mim que é despedida..." se misturam com guitarras e tambores, obra-prima. Sem dúvidas a melhor coisa que eu ouvi nos últimos meses.
Sábado o Otto tocou no Circo. Hace tiempo que yo no me quedo tan completamente ansiosa por un expetáculo como me quede para este. E fui. É um artista completo. Tira a roupa, fala muito, cantarola musiquinhas outras e surpreende. Sua atual namoradinha global-modelete, dançava esprivitada e cochichava com amigas. Mas ali é tudo dor de cotovelo por Alessandra. E a modelete-gostosinha, nem sequer conhecia as letras.
A primeira música do show foi "Filha": "Aqui há paz, aqui a paz e alegria, antes que você perceba que não deu, não deu, não deu...". Durante a apresentação disse em que rua mora e que ônibus pega da Lapa até lá. Desceu do palco, se molhou e explicou diversas vezes as razões que o fazem amar o Rio de Janeiro. Está na trilha sonora da novela das oito e tinha na platéia, vários atores cults. É mais um outsider que se estabeleceu.
Me pergunto se Alessandra Negrinni não se emociona. Acho que, como eu, que só agora, passado um ano e meio, me sinto um pouco melhor em relação a minha última paixonite braba, ele também deve estar começando a sobreviver. E infelizmente, penso que assim como quem me deixou, de fato, não me ama, o sentimento de Alessandra provavelmente se esgotou. Ficaram as músicas. Grandes músicas.

Obs: Esse texto é uma licença poética. Nada disso tem qualquer fundamento. São afirmações ficcionais em cima de pessoas públicas. Pero que las hay, las hay.