domingo, 30 de agosto de 2009

Desalento.

Em cada e-mail que eu te mandava havia vinte deixados pra trás. É dele esta frase. Foi dele a minha tarde ensolarada de domingo. Ele foi a parte que me coube neste latifundio de poucas glórias, de terças-feiras de verão e de poemas escancarados. Eu hoje me sinto tão exposta diante de você que passo a achar que até o meu perfume te enjoa. Eu tenho náuseas de mim. E ele, as palavras dele, a tristeza dele e as músicas dele me acolheram assim, sem pedir explicações, com carinho domado, com respostas atentas e precisas. Eu, ele e a saudade saímos pra dançar hoje. Samba, sabe? Eu, ele e o olhar carente dele ficamos ali tomando casquinha de baunilha enquanto o mundo era feliz. Ah, por que eu fui me encantar? Por que eu fui te escolher? Era a marca de batom vermelho, caro e vulgar no copo de vidro de um bar da Lapa. Eu não sei se é minha a marca. O dono do copo não é mais meu.
Eu e o ele vamos sair para tomar suco e para conversar sobre essas dores que os outros não sentem e sobre as paixões que não passam. Ah, como eu queria te perdoar...

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