quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Diana ou Afrodite.

Eu tenho a sensação de que sempre respondo as perguntas erradas. E também percebo que não sei argumentar com algumas pessoas. Um amigo veio me dizer esses dias que a música é uma arte falida. Eu tive preguiça de discordar de um absurdo desses, mas mesmo assim tentei. E acabei ficando calada e ouvindo uma espécie de sermão sobre as rádios populares dos anos 90 que tocavam Tim Maia e hoje tocam Calypso.
Se eu fosse falar mais eu eu ele brigaríamos porque ele tem certeza absoluta de que entende tudo sobre música, sobre rádios populares e sobre as teorias criadas pelo Bourdieu sobre o campo artístico. E eu não tenho certeza de nada. Me arrependo totalmente de todas as vezes que fui taxativa. Só consigo dizer com segurança que não me identifico com pessoas que fazem dança de salão. De resto, pode ser que um dia eu goste até da Ana Carolina.
Eu tenho duas amigas que foram amigas e que hoje não são mais. É lógico que uma é a vítima, é sempre assim. E eu sou solidária a ela. Só que a outra, além de não me parecer necessariamente uma algoz, me parece mais humana. O papel dela na história é mais sofisticado, demanda subjetividade. Sentir pena da vítima é fácil. E é pra ser assim. A vítima precisa mesmo do apoio dos outros. Eu sou uma vítima dos homens filhos da puta, lógico que tenho uma parcela grande de culpa nisso porqe me deixo envolver e não tento reconfigurar o fato de ser pisciana, mas o fato é que a presença dos outros nessas horas é muito importante. Só que quem não é bonzinho é tão mais interessante...Como explicar isso para os defensores das vítimas desse mundo cruel?
Fui ver "A deriva" ontem. É bonito. Eu morri de inveja do verão e da magreza da menina Filipa. Está tocando Cásia Eller no rádio. Eu sinto uma saudade dela...
Acordei comendo chocolate. Está errado isso.
Mas é gostoso, não é?

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