sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sobre o último capítulo da novela.

Não é novidade que a maioria dos escritores de telenovelas têm dificuldade para finalizar suas histórias. A sensação que eu tenho, como noveleira que sou, é de que no último capítulo a inteligência do telespectador não precisa mais ser testada. Não é mais necessário arrastar sofrimentos ou fazer transformações forçadas e brutas para encaminhar a história. Aí a obra pode ser impecável. Não vai fazer diferença se não gostarem.
Gilberto Braga é o rei das boas novelas e minisséries que têm finais terríveis e moralistas. Até hoje eu não me conformo com a morte da Laura, nem com a do Olavo. No entanto esses deslizes não apagam a delicia que era ver a Bebel ou o Marcos (Márcio Garcia num papel que deu certo) esbanjando com charme a pouca classe que tinham.
"A favorita" foi uma das poucas novelas que respeitou a inteligência do telespectador não só no último capítulo, mas durante quase todo o período em que foi exibida. Digo com segurança que ali se tinha uma obra-prima.
Não sou do tipo que chora o leite derramado. "Vale tudo" era excelente. "Roque Santeiro então, nem se fala, mas até o Manoel Carlos tem bons momentos, como a Laura da Viviane Pasmanter em "Por amor". Além disso, ver novela é uma delícia. Quando eu não me interesso pelas que estão passando fico até triste.
Pois bem, "Caminho das índias", na minha opinião foi um sucesso. A Juliana Paes é uma mulher linda e carismática que fez da Maya uma protagonista doce como poucas. O elenco era recheado de estrelas que brilhavam em harmonia. Houve problemas sim, como a Leticia Sabatela, mas nada que ofuscasse o bom andamento da trama.
Hoje, no entanto, por alguma razão misteriosa, a coisa desandou. A Maya estava quase se afogando no Ganges quando o Raj apareceu. Sem o filho, descalça e com o cabelo oleoso, a mocinha tava na merda. De repente ele veio e SHAZAN! Ela ficou toda enfeitada e maquiada, os dois se beijaram e tudo se explicou. Ah, a verossimilhança...
Não precisavam raspar a cabeça dela, mas a reconciliação relâmpago sem nenhum tipo de aprofundamento da situação não fez sentido. O desenvolvimento da novela vinha de forma plena e num rompante de artificialidade surgem o casamento da Tônia e do Tarso, a insossa Leinha indo pra Holywood, a passeata contra o banco de semém e a Inês dando mole pro Ademir esquisofrênico. Não precisava.
Porém, ah porém...também houve bons desencadeamentos. A Laura Cardoso, o Toni Ramos e o Lima Duarte, talentosíssimos sem perder o tom, foram respeitados e tiveram finais coerentes. O final da Norminha também me pareceu bem pensado, assim como o da Ivone. A Surya teve o que merecia e as crianças, milagrosamente deram conta dos diálogos direitinho. Até o bebezinho Niraj parecia participar atentamente das discussões da família Ananda. O Duda também teve um bom desfecho. Eu entendo isso do bom coração sem limites. Na minha escola o que mais tinham eram meninos assim. E de pais como a Ilana e o Cesar o mundo está cheio. Também gostei da última cena deles.
A Maya dançando pro Raj foi uma boa escolha para o final. E embora os problemas não tenham sido redimidos, pra mim, esses nove meses de India na Lapa valeram a pena.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Tb queria que toda vez que meu amor me encontrasse, eu ficasse instantaneamente maquiada, escovada, arrumada e cheirosa. Ia me poupar tempo e dinheiro no salão.

    p.s. ainda me acostumando com essas coisas de blog ;)

    ResponderExcluir

Conte-me tudo.