quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Carta para H. que precisa ir embora.

H.,
não faz nem duas semanas que eu te escrevi e você já é tão grande pra mim que parece que faz cinco anos. Eu te procurei pra me confessar. Eu chorava de amor e não porque sofria. Fui atrás de você quase por compensação. Ou te escrevia ou escrevia pra ele e hoje entendi que foi bom ter escolhido a primeira opção.
Você com todo o seu carinho, com toda a sua disponibilidade para amar, para chorar junto, parara rir alto tomando suco no fim do dia e para passar tardes de domingo ao meu lado me fez sentir recompensada. Se eu não tenho o meu amor, eu tenho a minha dor. E tenho você. Eu precisava de alguém que entendesse as paixões que não passam e me senti levada até você, não por solidariedade, mas por um certo desejo de autocompreenção. Te conhecer me fez entender que o valor da gente é pra poucos. E ter perdido o outro me trouxe você. A longo prazo eu tenho certeza de que você ficará e essa paixão, se Deus quiser, vai passar.
Seja feliz, H.. Corra o mundo, de Salvador a Santelmo, passando pela França. Eu vou te visitar e te contar sobre a Elizeth Cardoso. Agora que você me abriu os braços, eu posso fazer todo um novo país.
Me perdoe cada cafonice aqui escrita.
Um beijo.

Um comentário:

  1. Não vou perdoar pois cafonice essa é meu alimento diário. Recompensa? Ah, palavra distante! Vou correr o mundo assim pela metade. Pois a minha metade maior, tá aqui presinha na Praça XV. De Mangue Seco a Caballito a saudade do que passou vai escorrendo pela mão. Eu só quero prometer uma coisa. Esse novo país, (que palavra séria!) tem a fronteira aberta assim pra gente e pra todos que amamos e que nos amam. E eu tô nele! Até bem breve.
    Linda referência marino-ciceríana.
    Cuide da primavera daí.

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