domingo, 29 de novembro de 2009

Do lado de dentro.

Eu ia lá fora ver você de longe. Finjia que não te via. Finjia que amava outro e que tinha sono. Eu ia lá fora só pra te ver, pra sentir o meu mundo esbarrar no seu e pra tentar te fazer lembrar do cheiro que tem o meu cabelo. Eu fui lá fora tantas vezes, acenei tantas vezes, te amei tantas vezes...
No Jardim quem tem lá fora eu fiquei sentada te olhando. Como num filme ruim com a Julia Roberts vivendo ela mesma eu chorei no final. Como o bombom de banana, último da caixa, eu ainda quis o seu amor.
A vida andou, o Jardim murchou e meu cabelo mudou de cheiro. Mudei de cor, comprei um vestido novo na última liquidação e não te quis mais. Aceitei os tapas, um por um. Confesso que de alguns até gostei.
Quando penso naquele Jardim de filme clichê com música cafona e diálogos proveitosos no final, me lembro que você fazia parte dessa coisa toda tão errada e volto. Fico aqui dentro.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O silêncio dos inocentes.

Algumas vezes, quando eu estou na esquina da Senador Dantas com a Evaristo da Veiga, tenho a impressão de que por alguns segundos o mundo para. É raro. Normalmente é no fim da tarde. Foi assim hoje. Saí do trabalho e quando passei por lá ouvi um silêncio familiar. É feliz o intervalo do burburinho.
Hoje, mais do que nunca, a sexta feira me deu sensação de fim. Por todas as ruas onde eu passava as pessoas pareciam estar indo embora e o céu lilás desenhava o Adeus. Meu repertório de músicas acabava. Eu não tinha pra onde ir.
Nunca tirei foto da paz que cai sobre a Cinelândia ao entardecer.
Não divido com ninguém o vento que lá é constante.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O vencedor.

A parte mais difícil de tentar qualquer seleção é imaginar o dia em que a lista de aprovados vai sair. Penso no que faria se visse meu nome completo ali exposto: C.R. de O. M., tijucana, filha de pai e mãe dentistas, apaixonada por suburbanos e amiga da ex-chefe arrogante. Se vir meu nome saio gritando, choro, ligo para os meus pais dentistas e durmo feliz.
Se não vir choro até o outro dia de manhã, não atendo o telefone e sofro mais um pouquinho pelos romances incompletos.
A parte mais difícil de estar apaixonado é esperar o telefonema. Toda vez que o celular toca durante o meu banho penso no que faria se fosse ele. Penso que atenderia normalmente. Diria: "Oi Fulano..." ou atenderia como se não soubesse mais de quem é aquele número. Nunca me passou pela cabeça deixar o telefone tocar pra sempre. Nunca me passou pela cabeça trocar de número. Nunca foi ele que me ligou.
Quando se tem um amigo autocentrado, egoísta e sem noção, a parte mais complicada é trabalhar com ele. No almoço ter que ouvi a autopropaganda fajuta do cansaço e do sucesso que ele precisa manter para se sentir importante. Penso que vou me exaltar, saír da mesa, entregar as contas. Cogito ligar a noite e dizer uma por uma todas as verdades dolorosas. Me calo.
O meu mundo é dos que não são unanimes em todas as listas, dos que esperam telefonemas e dos que oferecem a outra face.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Noite quente.

Não quero dormir agora. Tem um mundo lá fora acontecendo e eu não quero dormir agora.
Não quero fechar os olhos pra nenhum dos meus infortunios. Não quero ser a miss Brasil de um sonho que acaba. Sou mulher demais pra ser uma vedete cinderela.
Quero essa noite toda com você, você inteiro, noite em claro, manhã sem brios, eu e você, sem solução.
Quero café a tarde pra não dormir por te amar demais. Não vou dormir, não vou. Preciso desse desejo gelado que não vai embora de mim.
Não sou de pouca conversa. Não durmo demais.
Fico acordada aqui te esperando aqui.
Você aqui e eu. Eu e você acordados. Dia, noite e pão com manteiga. Você é meu.
O espelho do elevador me disse que você é meu. Minha mão me disse. A linha do amor disse, você volta.
Não vou dormir, não vou dormir, não vou.

domingo, 22 de novembro de 2009

Bom conselho.

No prédio da Prefeitura na Presidentes Vargas, foram colocadas três bandeiras enormes com fotos de crianças esportistas em comemoração as Olimpiadas de 2016. A principio era uma menina branca de maiô e toca de natação, uma outrz morena de maiô de ginástica Olimpica e um menino, também branco, de kimono.
Quando vi isso, em outubro, me perguntei imediatamente onde estariam as crianças negras em 2016 Certamente não seria nas competições que vêm para salvar a cidade da barbárie.
Sou a favor das Olimpíadas e me emocionei quando, dentro do metrô, ouvi o anúncio da nossa vitória. Não votei no Eduardo Paes, mas reconheço a competência dele. Esse governo, mais do que nunca, foi eleito pelo povo. As classes médias votaram em peso no Gabeira. No entanto, o choque de ordem (que eu também não sou contra) e as propagandas das Olimpíadas, me parecem bastante elitistas.
Pois bem, essa semana olhei para a Prefeitura e vi que no lugar do menino branco judoca, estava um negro com bola de basquete. Respirei aliviada pelo bom senso, ainda que tardio, da acessoria do prefeito e me entristeci em solidariedade a família do menino branco, que devia estar super orgulhosa da imagem dele em destaque logo na entrada do Centro nervoso da nossa metrópole.
Sou apaixonada pelo Lula. Sempre votei nele. Acredito no crescimento do Brasil e me calo diante das alianças duvidosas do PT. Tenho achado, porém, que os publicitários da presidência da República estão papando mosca em não agendarem pra ontem um pronunciamento oficial do salvador da pátria sobre o apagão do dia 10 desse mês.
Eu relevo o apagão, o Sarney e o que mais vier, mas seria de bom tom que houvesse apenas uma demonstração mais direta de preocupação com a escuridão em que todos nós nos encontramos naquela terça feira, tendo sido culpa de quem for.
Não sou de reclamar, penso positivo. Quero tudo pra cima. No entanto é preciso que se entenda que a população é condescendente, mas não é cega.

sábado, 21 de novembro de 2009

Reprovações.

Eu reprovei o segundo ano do Ensino Médio. Fui pra uma escola falcatrua pra poder tentar o vestibular.
Passei na Auto-Escola porque paguei trezentos reais a duas avaliadoras escolhidas pelo meu instrutor falcatrua e nunca mais peguei no volante.
Tentei ser monitora de cursinho umas três vezes. Nunca consegui.
Fiz inúmeros concursos públicos. O único para o qual eu fui aprovada dentro do número de vagas era pra Saquarema. Não me chamaram até hoje.
Tentei o mestrado pra Sociologia no meio desse ano.
Não passei.
Tentei pra História agora em novembro. Também não passei.
Minha vida amorosa não existe.
Tenho um cachorro, muitos amigos e uma mãe que deixou a própria felicidade pra trás e vive de procurar apartamentos em bairros nobres.
Essas Pós Graduações que não me aceitam e os homens que não me querem mesmo sabendo do meu valor
um dia vão ser só um degrauzinho na minha vida,
mas agora dói muito.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Fernanda Young.

Quando saiu a Playboy da Priscila BBB eu comprei no mesmo dia. Cheguei em casa ansiosa pela promessa de uma "Princesa Devassa" cercada de homens nus por todos os lados. Li inclusive que em uma das fotos ela estaria de quatro pegando dinheiro com a boca. Acreditei que essa liberdade e coragem revolucionárias viriam de forma inédita e apostei. Perdi. Gastei R$12,50 numa mentira. A revista era mais de um mesmo muito ruim. Fotos NADA excitantes, retocadíssimas a ponto de o corpo dela e o da Vera Fisher não terem diferenças. Eram ângulos triviais, caras e bocas falcatruíssimas e nenhuma posição ousada.
Na minha opinião se é pra brincar, há que se descer para o play. Eu mesma, em momentos de baixíssima autoestima, tirei fotos minhas nua e enviei pra uma meia dúzia de rapazes confiáveis. Minhas fotos eram mais criativas do que as da Priscila e eu as tirei sozinha.
Acho que se a moça sul matogrossense prometeu Sodoma e Gomorra, não era pláusivel que viesse Bevelly Hills. Se ela não estava preparada pra abrir as pernas não deveria ter deixado que a propaganda prometesse tanto.
Pois bem, agora em novembro tive uma grata surpresa quando recebi um e-mail com as fotos da Fernanda Young na Playboy escaneadas. Tenho uma relação antiga com a autora-apresentadora-humorista-gostosona. No primeiro ano do "Saia Justa" eu não gostava dela. Me lembro que durante a guerra do Iraque ela disse "Foda-se a MesopotaNia" e eu quase surtei.
No entano, num programa em que cada uma das saias tinham que levar uma música e a Fernanda levou "Os cegos do castelo" do Titãs, eu comecei a rever minha opinião sobre a moça. Fui gostando muito dela e acabei me tornando uma expectadora assídua da atração só para vê-la.
O Saia Justa mudou, veio o "Irritando Fernanda Young" e eu percebi que ela colocou uma meta clara para a sua vida: ser bonita. A cada programa Fernanda desfila sua magreza em roupas sensuais e perucas estilosas. Fernanda é casada com um homem doce e feio, tem duas filhas com nomes audáciosos, Cecília Madonna e Estela e as mais belas tatuagens que eu já vi em uma celebridade. Fernanda, Niteroiense, que fez letras na UFF, trocou o Rio por São Paulo sem crise e, ao que me parece, se apaixona constantemente, sem que isso atrapalhe a sua estabilidade conjugal.
Foi da Fernanda que veio a melhor Playboy de todos os tempos. É estranho que seja de uma intelectual e não de uma gostosa típica a disponibilidade para se expor. As fotos da Fernanda, além de muito bem feitas, são sensuais de verdade. Tem dedos, celulites, pernas amarradas, estrogênio e testosterona. Fernanda é mulher, é tesuda, tem bunda, peitos e pelos.
Aconselho a todos os que tem gritos entalados na garganta que corram a banca de jornal mais próxima e comprem a Playboy, ou que me deixem e-mails nos comentários para que eu envie as fotos. É um ensaio libertador. Me ensinou muito.
Fernanda Young é a intelectual mais gostosa do Brasil. Não tem BBB pra ela. Não mesmo.

No meu lugar.

Esses dias eu estava conversando no trabalho sobre o Kaká. Nós gostamos do Kaká. Ele é o típico bom moço, esforçado, educado, disciplinado e simpático. Não entendemos, no entanto, o fato de ele ter se casado na Igreja Renascer e de defender a pastora Sonia Hernandez até hoje. O fato de ele ter se casado virgem estraga um pouco o charme, mas amor não se discute e a mulher dele é linda. Começamos a falar sobre ela, que segundo alguém me disse, será a embaixadora da Renascer na Espanha. Não entendo mesmo e tenho dificuldade de não julgar.
O nome da mulher de Kaká é Caroline, ela é pequena, moreninha, delicada, de cabelos lisos, estatura baixa e corpo mignon. Tenho a impressão de que seus pais sabiam que ela seriam assim ao lhe darem esse nome tão coquete.
Ontem fui a um restaurante a quilo muito gostoso. Quando eu estagiava no Arquivo Nacional, sempre almoçava lá e reparava no dono. Era um senhor árabe, alto, gordo e bonito. Imaginava como deveria ser a vida da mulher dele. Tinha vontade de ser mulher de um árabe, acho eles especialmente masculinos e amorosos. Ontem fui em uma das filiais do restaurante. Quem tomava conta era o filho do tal árabe. É um rapaz de olhos verdes, bem arrumado e com um nariz enorme e lindíssimo. Quase desfaleci tamanho foi o impacto. Pensei que ele deve namorar uma Caroline, assim como o Kaká. Carolines, Moniques e Micheles dificilmente oferecem o mesmo perigo que Olgas, Estelas e Marias. Claro que existem excessões, mas a regra é cruel.
Esses dias entrei na Hering com uma amiga e vi aquelas camisas Polo femininas que as estudantes calouras da Cândido Mendes usam. Pensei nos cabelos delas, nas calças jeans, na mochila e no chinelo de plataforma alta. Pensei que nem que eu quisesse seria assim. Elas devem ser felizes. Devem ir pra Nuth, sair com caras que têm carro e como eu, fazer a unha toda semana. Tenho inveja delas porque queria que fosse mais fácil, mas gosto muito do que eu sou. Não trocava não.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Não vale a pena.

Eu queria casar, sabe? Morro de vontade de provar o feijão com arroz da vida a dois. Não tenho outro assunto. A autopiedade passou dos limites, preciso reinventá-lá. Uma vez minha professora de Geografia do segundo ano disse que quando uma parte da floresta amazônica foi alagada para a construção da Usina hidrelétrica de Tucuruí, depois de um tempo as árvores apodreceram e a água ficou poluída. Tenho a sensação de que é exatamente isso que aconteceu com o meu coração. Não era a hora de eu ser rejeitada. Não tenho forças pra suportar essa solidão agora.
Não sei pra que serve isso, não vejo possibilidades, lado positivo, nada.
Todo dia eu sinto saudade, me sinto idiota, penso em ligar, em escrever, em morrer, esquecer e acabo indo dormir.
Esse calor que não compensa, o salário que acabou, o meu enjôo desse assunto, os problemas dos outros, a vida dos outros...
Minhas unhas são bonitas a toa, não me conformo. Não sei me resignar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Santo de barro.

Ah, mas não tem amor, não tem sábado a noite nem sorvete de frutas que me tire você da cabeça nem por cinco minutos. Desaprendi a ir a festas e no último show que eu fui, quase dormi em pé enqunato ouvia a mistura peculiar de rock com rítmos ciganos do Gogo Bordelo. Não tenho força pra ir, nem paciência pra ficar. Saio mais tarde do que deveria. Não é excesso de sono de manhã, são as músicas que tocam enquanto eu pinto os olhos, é a cachorrinha que quer brincar e o telefone que as vezes toca.
Sonho com tanta gente que não existe que esqueço do pão de cada dia. Acho que minto demais.

Massagem.

Eram sete e vinte da manhã e a pedra já estava no caminho. "Pra que?", ela se perguntava em silêncio. Ônibus cheio, rua úmida, cheiro de creme barato em volta. Saltou em frente ao lugar, mas faltavam cinco minutos. Ficou olhando o mar. "Tão longe, tão perto...". Andou, tocou o interfone e subiu. Tirou seus sapatos vermelhos, concluiu que não há lugar como o nosso lar e pisou o chão fresquinho.
Ia começar. Tinha só cinquenta minutos pra entender aquele mundo inteiro. Era sozinha.
Quando saísse dali se devolveria a selva. Não queria mais os mesmos caminhos, shampoos e sapatos. Buscava outro lar.
Foi ganhar dinheiro.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Time is on my side.

Enquanto o amor não chega vou ouvindo a Deise Tigrona no ônibus: "Aí seu otário, só porque eu não quis foder contigo você vai ficar me defamando, né?". Tento adivinhar o resultado da prova, peço empréstimos tentando solucionar a ausência masculina na minha vida e curto a minha nova paixonite: Sorvete de iogurte, "Fat Frozen Not Fat Yogurt".
Chorei essa noite e variei a cor da pintura do rosto pra ir trabalhar.
Me atrasei. Está tudo fora do tempo.

O ano inteiro pra trás.

Eu não tinha voz naquela manhã. Não queria assunto. O caminho até a minha casa era desconfortável. Lá não nos pertencia. Só a minha cama me cabia. Dormi lá tão longe acordei hoje as seis na hora de ir ao cinema.
Hoje, novembro, as seis, calor sem paixão e vestido novo sem propósito. Hoje, domingo a noite sem compensação. Véspera de segunda feira sem Aleluias. Hoje eu acordei. Corri até Botafogo ouvindo Verônica Costa nas alturas "É a última chamada pro verão, heim!". Imaginei a cara do trocador se soubesse que era a Mãe Loura que estava ali comigo. Vi o filme, comi comida japonesa, esperei o ônibus e no espelho do elevador inventei diálogos de misericórdia. Vestido bonito, palavras repetidas, maquiagem desperdiçada.
Volto amanhã, acordo amanhã, te amo amanhã.
Faltam a mim as palavras diretas, a praticidade e a síntese.
Preciso não te amar amanhã.

sábado, 14 de novembro de 2009

Pra Deus me ajudar.

Sexta feira de manhã eu vi a igreja do Largo de São Francisco aberta. Entrei pra pedir a Deus pra eu passar no mestrado. Eram umas onze horas da manhã e não tinha ninguém lá dentro. Fiz o sinal da cruz, andei, sentei e dei início as preces. Conversar com Deus nesses lugares é muito inspirador e complicado ao mesmo tempo porque eu tenho vontade de falar alto, mas fico preocupada de alguém ouvir.
Pois bem, pedi a Deus para iluminar a correção das provas, disse a ele que se for da vontade dele que eu passe, que seja assim e que se não for que eu saiba me resignar e não desistir (como se fosse fácil).
Agradeci pelo meu emprego, pela minha cachorrinha, pelos meus amigos e pelos quatro vestidos adquiridos no último sábado. Pedi perdão pela preguiça, pelo consumo desvairado e pela minha pouca tolerância a críticas.
Pedi pela minha família, amigos tristes, amigos felizes, amiga sozinha, amiga deprimida, amiga que não é mais amiga e etc.
E chegou a hora de falar do coração. Pensei que não seria possível pedir pra fazer o homem que me ocupa inteira gostar de mim. Me lembrei de quantas vezes fiz isso na adolescência e de quantas vezes não deu certo. Pensei que eu trocaria mestrado, emprego e todos os vestidos do mundo por ele. Pensei na minha grande disponibilidade para fazer ele feliz e me policiei pra entender que não foi da vontade de Deus que nós ficássemos juntos. Pensei que ele esteve nas minhas mãos e que eu o deixei ir embora. Comecei a chorar, minha maquiagem borrou, eu rezei um Pai Nosso e fui embora.
Deus agora sabe da minha dor.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Madonna's power!

Não sei juntar dinheiro. Não sei sair mais mais cedo de casa. Não sei almoçar em restaurantes a quilo normais. Gosto de comida gostosa.
Fui me cansando dessa vida de descrições. Plavras não me levam a lugar nenhum. Palavras não voltam.
O apagão me une ao mundo. Não quero mais falar no telefone.
Meu lençol não tem ninguém.
Me retirei da disputa quando escolhi a questão errada.
Ontem andando de ônibus eu pensei nele. Me dou conta do quanto é ridículo e clichê pensar nele, mas sempre parece que é a primeira vez.
Não sei ouvir música baixo.
Gosto da sensação de caos que movimenta o mundo. Sou sensacionalista.
As luzes da Madonna não se apagaram. Nunca vão se apagar.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

Dever de casa incompleto.

Não sei se isso é pra mim.
Cheguei aqui me arrastando
e corri tanto..
Não tem amanhã
não tem chuva de segunda feira
nem atraso
que faça o mundo acabar.
Entreguei a sorte, todo mundo vai saber.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Auto-ajuda.

Tenho dificuldades para tolerar pessoas que não dizem obrigado e que não pedem desculpas. Me afasto sem dar explicações quando percebo que não há espaço para críticas ou mudanças subsequentes.
Levo com pouca esportiva as pessoas que só falam de si, as autoreferências constantes e os desleixos que podem se dar tanto na forma de falta de delicadeza, quanto de ingratidão.
Tenho poucos amigos que lidam bem com o próprio sucesso. Tenho poucos amigos que admitem o sucesso dos outros. Conto nos dedos os amigos que se alegram com as conquistas alheias.
Meu aprendizado da humildade é terrível. Como eu não queria ter que passar por ele. Como eu queria não sentir falta das pessoas que me destrataram alguma vez na vida. Quero ser determinada, mas sofro horrores ao deixar alguém.
Odeio nos outros o que escondo em mim.
Dispenso o crescimento da alma. Só quero os resultados, a ação é muito chata.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Sofrer é amar demais.

Isso de a gente ter amor demais pra dar é uma furada. Preciso aprender a ser comedida no amor e no arrependimento. Tinha uma menina na minha escola que era muito feia. Eu a vi esses dias na fila do Circo Voador. Ela continua do mesmo jeito e parece não se importar. Ela é tão feliz...
E eu aqui fazendo escova com pós-graduação, usando base da Lancome e tomando capsulas de ômega 3 com linhaça no café da manhã estou cheia de complexos. Chega. Beleza não é tudo. Estou querendo passar o reveilon numa super festa. A primeira coisa que penso é no quanto preciso emagrecer até lá. Que inferno!
Por que eu não me aceito assim? Que conflito estúpido! Que homem imbecil que não me quis!
Fui comentar com um desses rapazes interessantes até a página cinco que povoam o meu horizonte de expectátivas que precisava de sexo selvagem. Ele me perguntou como e com o que eu queria apanhar. Entendi na hora que quero romance.
Quero algodão doce e Beach Boys.
Cansei de ser livre. Sou cada vez mais mulherzinha.