quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O vencedor.

A parte mais difícil de tentar qualquer seleção é imaginar o dia em que a lista de aprovados vai sair. Penso no que faria se visse meu nome completo ali exposto: C.R. de O. M., tijucana, filha de pai e mãe dentistas, apaixonada por suburbanos e amiga da ex-chefe arrogante. Se vir meu nome saio gritando, choro, ligo para os meus pais dentistas e durmo feliz.
Se não vir choro até o outro dia de manhã, não atendo o telefone e sofro mais um pouquinho pelos romances incompletos.
A parte mais difícil de estar apaixonado é esperar o telefonema. Toda vez que o celular toca durante o meu banho penso no que faria se fosse ele. Penso que atenderia normalmente. Diria: "Oi Fulano..." ou atenderia como se não soubesse mais de quem é aquele número. Nunca me passou pela cabeça deixar o telefone tocar pra sempre. Nunca me passou pela cabeça trocar de número. Nunca foi ele que me ligou.
Quando se tem um amigo autocentrado, egoísta e sem noção, a parte mais complicada é trabalhar com ele. No almoço ter que ouvi a autopropaganda fajuta do cansaço e do sucesso que ele precisa manter para se sentir importante. Penso que vou me exaltar, saír da mesa, entregar as contas. Cogito ligar a noite e dizer uma por uma todas as verdades dolorosas. Me calo.
O meu mundo é dos que não são unanimes em todas as listas, dos que esperam telefonemas e dos que oferecem a outra face.

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