Eu não tinha voz naquela manhã. Não queria assunto. O caminho até a minha casa era desconfortável. Lá não nos pertencia. Só a minha cama me cabia. Dormi lá tão longe acordei hoje as seis na hora de ir ao cinema.
Hoje, novembro, as seis, calor sem paixão e vestido novo sem propósito. Hoje, domingo a noite sem compensação. Véspera de segunda feira sem Aleluias. Hoje eu acordei. Corri até Botafogo ouvindo Verônica Costa nas alturas "É a última chamada pro verão, heim!". Imaginei a cara do trocador se soubesse que era a Mãe Loura que estava ali comigo. Vi o filme, comi comida japonesa, esperei o ônibus e no espelho do elevador inventei diálogos de misericórdia. Vestido bonito, palavras repetidas, maquiagem desperdiçada.
Volto amanhã, acordo amanhã, te amo amanhã.
Faltam a mim as palavras diretas, a praticidade e a síntese.
Preciso não te amar amanhã.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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uau! gostei do ritmo, leio como poesia, como lamento. técnico apenas. suspiros deixo para os tolos.
ResponderExcluirOlá de novo!Penso que quando o nosso hoje não foi tão bom quanto o esperado, colocamos nossas expectativas no amanhã.Isso não é legal pq na maioria das vezes deixamos de viver o agora pra sonhar com um amanhã um tanto melhor...Dias melhores hão de chegar!bj!
ResponderExcluirFabrízia