Estive pensando sobre o "cara estranho" e o "cara valente" do Marcelo Camelo serem a mesma pessoa. Suponho ainda que seja esse homem um dos "bravos sãos e salvos de sofrer" a que se refere "O vencedor". Quem tem medo de ficar sozinho outra vez em "Santa chuva" também é ele. É ele que está do lado de dentro. É por ele que ela não quer viver as coisas. Eu não quis.
Estou deixando o moço bater, cansei da fuga. Quero paz, me exibo pra solidão e devagar me dedico cada vez mais. Não sou muito de ganhar, quero dançar com outro par pra variar e hei de encontrar um encantador, um novo ou velho amor.
Me identifico muito com a forma que o Camelo fala da covardia nas letras dele. "Acho que não vai dar, tô cansado demais..." é uma frase recorrente na minha cabeça desde o ano passado.
Ontem vi o filme novo do Tarantino. É realmente uma história de personagens bastardos e inglórios construídos de forma meticulosa e envolvente. Estou com a Shoshanna Dreyfus latejando aqui. Penso no strudel com creme que ela dividiu com o homem que ordenou a morte da sua família inteira e no olhar de misericórdia após o tiro no Daniel Brühl, que denuncia o quanto os dois eram diferentes. Me dói o letreiro do cinema, o negro amante e os olhos azuis arregalados da mocinha.
É um desacato o Tarantino, um desacato.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
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"Acho que não vai dar, tô cansado demais..."
ResponderExcluirMe apoderei dessa frase também... penso nela constantemente, fala de mim...