sábado, 17 de outubro de 2009

De uma Vila Isabel verdadeira

Dos sete aos dez anos eu estudei numa escola de Vila Isabel. O ônibus que me trazia pra casa dava a volta pelo bairro todos os dias a tarde. A última menina a ser deixada em casa era a Vanessa, que morava no Méier. Eu adorava quando o motorista aceitava deixar o pessoal da Tijuca depois dela, só pra ir até lá.
O tal homem que me fez perder o sono recentemente costuma dizer que sonha em morar em Vila Isabel, mas mora no Flamengo. O româmtismo do suburbio quase metropolitano presente ali o seduz, mas não o pertence. Só Freud pode resolver.
Fui a uma vidente na rua Torres Homem há uns três anos. Da rua do lado, um amigo meu se mudou, foi morar na Barra. Comprei minha saia jeans mais versatil na Cantão do Shoping Iguatemi.
Vila Isabel pra mim é um lugar que se segurou no tempo que já foi. São as ruazinhas doces e o comércio simples, as calçadas cheias, a Tijuca aqui e o Grajaú ali. Não tem tiro que diminua a pompa do nome de princesa. Não tem helicóptero que amargue a 28 de setembro.
Sinto muito por esse sábado cinza. Falta samba. Falta escola.
E eu nunca mais andei por lá.

Um comentário:

  1. eu dou aula lá 3 vezes por semana... nada como a estátua do Noel, as casinhas de vila, a praça de alimentação do Iguatemi e as visitas ao meu afilhado gostoso!

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