sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Niilismo de mocinha.

Comecei um trabalho novo no mesmo lugar recentemente. Agora não vejo mais a baía de Guanabara azul e sem ondas. Vejo a Lapa do sexto andar. É gente indo e vindo, a lateral da escola de música da UFRJ, a Escola de Desenho Industrial da UERJ e o Passeio Público. Volta e meia tem um rapaz negro de dread que pluga uma gritarra não sei onde e fica cantando o dia inteiro. É bom o repertório dele, tem Legião, Cidade Negra e Cazuza. Antes eu trabalhava com fotografias, agora são textos. Peguei hoje a Coleção Nara Leão. Eram letras e mais letras escritas a mão por ela. Ninguém mais escreve músicas inteiras a caneta, só adolescentes, eu acho. Me lembro que eu e minha amiga Patricia queríamos a letra de "Smels like teen spirit" e não encontrávamos em lugar nenhum. Aí veio a internet e os limites se perderam. Queria ser que nem charmosa e interessante como a Nara. Queria ter a importância dela. Penso que é ela o grande sujeito da Revolução da Música Brasileira. Nessa onda que a História está de atribuir a devida importância aos individuos, posso dizer que é da Nara a minha trajetória artística favorita.
Tô afinzaça de um carinha aí, acho que ele corresponde, mas não há sintonia. Não consigo dizer a ele o quanto me sinto atraída. Tenho vontade de dizer: "Oi, quero dar pra você", mas tenho que ficar nessa ladainha ridícula de "E aí, como vai a vida?". Uma merda isso. A Nara não devia ser assim. Com toda a delicadeza dela os homens deviam brotar no chão. Ai ai ai, meu Deus, cadê as minahs estratégias de sedução?

Um comentário:

  1. vc tem até de sobra sedução... o problema é q se preocupa demais com isso... e deixa de ser natural. citando grupo de pagode brega: "deixa acontecer naturalmente..." rsrsrs

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