quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pra não morrer na praia.

Há uns dois anos atrás eu sofri tanto por amor que decidi procurar uma psicóloga. Fui num desses institutos onde a gente preenche uma super ficha e eles te encaminham pra um profissional, aí lá você diz quanto pode pagar e ele, por alguma razão que eu desconheço, concorda em te atender por aquela quantia, na maior parte das vezes, irrisória.
A moça que me atendeu era novinha e usava tênis. Parecia muito nervosa e era gaga. Depois de eu dizer a ela que ele tinha me deixado há dois meses e que eu estava quase morrendo, a coitadinha perguntou se nós ainda nos víamos e eu pensei: Ela não entendeu NADA. Nunca mais voltei lá.
Decidi então procurar um pai de santo. Fui, numa segunda feira a noite, no Centro de Umbanda que uma grande amiga, solidária a minha dor, frequenta. Lá, depois de ouvir todas aquelas músicas, tirei meus sapatos e me sentei na frente do homem, que era negro e devia ter uns 40 anos. Ele me perguntou o que estava acontecendo e eu contei de forma que um preto velho do século XIX entendesse. Pensei que dificilmente o espirito entenderia o que são e-mails ou mensagens de celular, pois qual não foi a minha surpresa quando ele perguntou: "Mas vassuncê num ligou pra ele?" Não tinha ligado. Morria me medo de ouvir o não que já tinha sido dado sem palavras.
Foi então que decidi fazer um segundo furo na orelha e alisar o cabelo. Nada, a dor não diminuiu. Me enchi de roupas, tentei emagrecer, fui a Ilha Grande e nem assim o esquecia. Beijei outros, fui a festas, mudei de emprego, namorei um engenheiro (!) e lá estava ele, todos os dias latejando em mim.
Faz bem pouco tempo que eu o superei. Acomodei a dor e segui. Não tenho obtido sucesso em minhas novas investidas, mas entendi que a felicidade não estava com ele. Consigo admitir que é um homem de talento e nem lhe desejo mal.
Entretanto, evito os encontros.

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