sábado, 28 de maio de 2011

Quanta luta, quanta luta!

Sexta feira a noite com chuva e chocolate. Último capítulo de Anos dourados.
Gilberto Braga, dono de todas as respostas que eu tenho procurado, fez do último capítulo dessa obra sem pecados um dos melhores finais que já assisti. Lurdinha e Marcos, depois de tantos percalços, duraram para sempre, Marina, neta do brigadeiro, namorou uma mulher, Marli, filha de mãe sensata, se casou duas vezes e Rosemery, a mal falada do grupo, essa sim, se casou virgem. Pedrinho, irmão de Lurdinha, sumiu nos porões escuros da ditadura e Claudionor, o amigo nerd, e portanto recalcado, de Marcos, que por ser militar poderia ajudar, não moveu uma palha sequer. Sapatinhos de cristal se esparramam pelo chão e a vida segue.
Estou trabalhando num projeto de pesquisa sobre o processo de anistia no Brasil. Nosso grupo entrevista pessoas que foram, de alguma forma, prejudicadas pelo governo por discordarem do status quo implantado pelos generais em 1964. Cada um dos entrevistados tem a sua verdade e a sua dor. As mulheres parecem ter sofrido mais, como de costume, mas são as que melhor superaram. Os homens ainda têm planos de heróis para o Brasil que sonharam e querem falar mais.
Reencontrei a história de Iara Iavelberg e Carlos Lamarca essa semana e tive inveja do amor dos dois. Acho que todos aqueles generais deviam morrer de inveja da capacidade de sonhar dessa gente que vai ser jovem pra sempre porque morreu no auge.
E "Anos dourados", com piscinas, margarinas e carolinas, conquistou meu coração.

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