sexta-feira, 10 de julho de 2009

Quando a classe média tijucana não é o suficiente.

Weber disse que as classes se organizam pela situação econômica a qual estão inseridos.
Existem várias ações de classe possíveis, acordos para desacelerar a produção, criação de associações, sindicatos, etc
É uma pena que no amor as coisas não funcionem assim. Eu acho todos esses discursos feministas muito chatos. Isso de que homem não presta, de que dar de primeira não rola, de que a pulga deve estar sempre atrás da orelha...isso é um saco.
Também não gosto dessa idéia de que mulher deve falar pouco, ser discreta, guardar mistérios e possíveis marcas de sofrimentos anteriores as sete chaves. No entanto, infelizmente, tenho que admitir que a coisa funciona um pouco assim mesmo. Quem fala menos e se abre com cuidado (sem trocadilhos) tende a obter mais sucesso.
O fato é que eu não sei a que tipo de classe pertenço. Economicamente eu pertenço a classe média tijucana falida, que estudou em colégios católicos que hoje já não tem mais alunos, que fez natação no Tijuca Tenis Clube e que foi ao Beto Carreiro com a mãe quando tinha 12 anos.
Mas e o meu coração? Onde ele se encaixa? Eu falo muito, falo alto, principalmente rio alto, começo dietas sérias toda segunda feira, digo "Oi" para desconhecidos interessantes no orkut sem receber resposta, devo ao banco, conto meus segredos em troca de conselhos mediocres, fujo das vendedoras de lojas de maquiagem do shoping porque volta e meia me meto nas demonstrações da Lancome e saio de fininho sem levar nada, tenho dois ex namorados que me odeiam, 32 homens que me rejeitaram, de todos eles só um não foi superado, minha cena de sexo favorita no cinema é a do "O Piano", fiz um cartão C&A porque decsobri que lá tem calcinhas baratas e bonitas que eu uso pra mim mesma, descobri recentemente um restaurante natural maravilhoso perto do meu trabalho, estou em busca de romance e drink no dancing, amei "Leite derramado", chorei com a Sophie Calle, roubei bom-bons no quarto da minha mãe hoje de manhã e todo dia antes de dormir penso em sexo selvagem.
Eu brinco de seduzir os rapazes possíveis, leio Weber, ando de ônibus, pinto as unhas de vermelho, não gosto de voltar pra casa cedo e sou especialista em estratégias de marketing pessoal.
Eu não pertenço a nenhuma classe, não pertenço a ninguém. Me entreguei com lacinho de fita e bilhetinho, mas fui devolvida. Tenho inveja dos que pertencem.

3 comentários:

  1. "Eu não pertenço a nenhuma classe, não pertenço a ninguém."

    Essa para mim é a classe mais especial, moça. O importante não é pertencer, mas sim se oferecer as pessoas certas. beijos

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  2. Cada da eu conheço uma Cecília diferente. Eu gosto delas ;)

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  3. hahaha! adorei, e nossa você contou todas as suas rejeições?! O.o!

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