quarta-feira, 22 de julho de 2009

Segunda carta para Leonor.

Rio, 21 de julho de 2009
Pois é, Leonor, eu sei que está frio para tomar sorvete. Eu inclusive estou começando a sentir os efeitos da alergia no meu nariz. Podemos tomar uma sopa, que tal? Ou você pode vir aqui em casa e eu faço alguma coisa. Você gosta de nozes? Tudo que eu faço leva nozes.
Concordo com você, "Som e furia" é excelente. Hoje tocou Ney Matogrosso pela segunda vez. Me emociona muito o Ney Matogrosso. Eu fiz as pazes com Deus por causa do Felipe Camargo, sabia? Estava numa fase totalmente incrédula. Quando assisti o Richard Dawkins na FLIP, então! Nossa, minha vida perdeu o sentido. Mas foi no domingo que eu voltei de Parati, a noite, que ele deu uma entrevista no Fantástico dizendo que atribuia a recuperação dele a Deus. Eu nem vi a entrevista, só ouvi de longe. Me devolveu a fé o rapaz. Nunca vou esquecer disso.
Me disseram, Leonor, que tem uma cartomante ótima em Copacabana. 150 reais e ela te diz tudo. Pensei em ir. Pensei inclusive em estudar essas pessoas que dizem prever o futuro. Mas sei lá, como eu ia fazer? Ia ter que pagar consulta pra fazer etnografia? Não daria certo. Eu ia acabar querendo saber da minha vida e cada uma ia dizer uma coisa, aí eu ficaria muito confusa e terminaria fazendo a minha dissertação sobre mulheres intelectuais que se deixam levar pela fé pagã. Ou terminaria num psquiatra.
Ah, eu gosto da novela das oito sim. Fiquei até triste quando a Suelen não casou com o doutor Castanho. "A Favorita" foi impecável mesmo, inclusive o último capítulo,o que é raríssimo, mas essa de agora me entretem bastante.
Hoje eu ouvi que vai fazer vinte nos que o Raul Seixas morreu. Fiquei passada. Eu me lembro do dia que ele morreu. E eu não tinha nem cinco anos.
Aquela música dele que diz "O que você não sabe por inteiro/É como ganhar dinheiro" é pra mim. Acho que o nome é "Loteria da Babilonia". Uma vez eu escrevi isso num e-mail de amor (a pós modernidade mudou tudo, não são mais cartas, são e-mails. Não são mais bilhetes, são mensagens de celular.), mas eu acho que o destinatário não conhecia a música, então ele nem ligou.
Se houvesse uma seleção de mestrado em que a prova fosse escrever uma declaração de amor eu seria a primeira a ser aprovada. Teria bolsa, taxa de bancada e viagens pelo Brasil para divulgar os meus métodos. Só que infelizmente amor não recompensa. As minhas palavras de amor são as mais bonitas, Leonor. Até pro Hugo Da Cal, meu vizinho do prédio da frente, por quem eu fui apaixonada no segundo grau e que hoje faz parte da comunidade "Eu odeio viado" do orkut eu escrevi coisas legais.
Sobre o Leblom Jazz Festival eu estou ainda um pouco resistente em ir. Eu amo profundamente o Marcelo Camelo e me prometi que respeitaria a mulher que ele escolhece para estar ao seu lado, então o prolema nem é ela. É que um evento com esse nome, sabe? Ai, sei lá! Evento de jazz no Leblom me lembra o nick bar de "Mulheres Apaixonadas". A qualquer momento pode aparecer o Toni Ramos tocando saxofone e a Cristiane Torloni falando "meu bem", entendeu? Não aguça as minhas papilas gustativas não.
Te falei que eu fui no Cachambeer, né? Bonzão, menina! Zona Norte rules!
É, Leonor, o inverno resseca a pele, mas pelo menos a gente pode usar cachecol!

Um comentário:

  1. NICK BAR? Sensacional!!! que memória é essa menina...só podia ser coisa do Manuel Carlos, e por falar nele, já já teremos uma nova Helena. Ela vem arrasando, vi um editorial de moda sobre os looks que ela usará, chiquérrimo. bjs...

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