terça-feira, 5 de julho de 2011

Em defesa de Valesca.

Na semana passada, conversado com alguns amigos, falei que acho algumas frases de baixíssimo calão presentes nas músicas da Valesca Popozuda, um grito de liberdade da mulher. Minha amiga sindicalista retrucou dizendo que nós não queimamos os sutians pra que uma mulher coloque 500 ml de silicone na bunda e, sem ser cantora, cante para quem quiser ouvir sobre sua disposição sexual diferenciada, por assim dizer. Fiquei calada diante da incisiva rejeição a Valesca, mas depois pensei muio sobre o assunto e eis aqui as conclusões:
Eu não queimei meus sutians. Eu não quero dominar o mundo. Eu adoro homens protagonistas.
Acho que Valesca, que se prestarmos atenção, é uma mulher de olhar meigo, muda sim o funcionamento das coisas quando afirma seus desejos sexuais e insinua que com ela o sexo não vai ser mais do mesmo, ela faz de tudo. O status quo não é esse. Ainda vivemos num mundo onde a mulher oficial faz sexo comportado e as amantes, se permitem o resto. A música do Mc Dido fala sobre isso, o vídeo da traição em Sorocaba também. Ao homem tudo, à mulher apenas o amor. Mulher não quer experimentar? Mulheres queimaram o sutian para cantar Miltom Nascimento e pronto? Deus me livre!
Valesca fala, em sua canção mais famosa, que queria andar "na linha", mas o homem em questão "não deu valor". Diante dessa constatação, ela decide se vingar indo pra cama com outros, fazendo o que moças de família ainda não perceberam que é bom. Ninguém mandou Valesca aumentar o tamanho de seu derrierre e ela não escreve suas letras indecentes para pertencer. Essa mulher quebra tudo. Vai no Piscinão do Complexo do Alemão, fica de fio dental no programa da Regina Cazé, canta "quero dar" pro Silvio Santos, sai fantasiada de banana na mão do King Kong no Carnaval e entra, toda trabalhada no macacão de strass, gritando "Manuel Bandeira!" no Prêmio anual da MTV - Brasil.
Quem desdenha da inteligência, mesmo que despretenciosa, dela, na minha opinião, não está entendendo nada. Pra mim, depois de queimar os sutians, as mulheres deveriam ser livres e felizes sexualmente, sem aquele papo de Revista Nova, Marrie Claire e Cláudia. Sexo tem que ser vulgar.

5 comentários:

  1. Carlos Eduardo teve uma crise de macho ferido quando percebeu que Maria Eduarda gostava de sexo. Dessa vez não é Gilberto Braga, é Eça de Queirós (você sabe).

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  2. Isso dá uma dissertação de mestrado.Tive idéias. Bjos

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  3. Concordo plenamente! Queremos igualdade, mas ainda somos machistas! Queremos um equilíbrio, só isso. Porque falar que gosta de fazer sexo é feio para uma mulher? Ao fim do tabu criado por essa sociedade, vamos falar, fazer o que bem entender! Somos mulheres, inteligentes, e quem deve julgar nossas escolhas e arcar com as consequencias delas somos nós!

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  4. Eu gosto dela? Não. Eu escuto esta bosta de música? Não. Eu queria o dinheiro que ela tá ganhando? Sim.
    Meu cu quem diz que não queria.
    Inveja e ponto.
    Eu também não queimei soutien nenhum e meu sonho é PAGAR para ver a vida passar, tipo Paris Hilton mesmo. Vida é isso, minha filha. Infeliz sou eu que tô aqui toda coberta, gorda e com um salário de merda.
    Antes tivesse mostrando o rabo por aí.

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