domingo, 20 de fevereiro de 2011

A dor do fim.

A gente termina o namoro porque é mulher independente e descolada, cheia de convites para os sábados e domingos. Terminamos porque não faltarão amigos e o namorado tantas vezes não gosta da gente o suficiente como gostam todos os amigos. Terminamos porque ele não quis ir naquele dia, porque fez aquele comentário equivocado e, lógico, nós, tão cheias de valores, no final vamos encontrar alguém que nos ame de verdade e enxergue cada pedacinho de perfeição que temos escondido atrás dos espinhos.
Terminamos porque as discussões têm sido mais frequentes do que os carinhos e nos sentimos tolidas por ele dia sim, dia não. Terminamos porque sonhamos com alguém mais leve e despojado que seja mais adulto e tenha menos amarras.
Mas no dia de terminar, olhamos nos olhos dele e nos lembramos do quanto há inocência ali e de como queriamos que tivesse havido mais paixão naqueles beijos. E choramos porque novamente deu tudo errado e nós fomos imprudentes e nosso vocabulário por vezes é chulo e não fomos competentes o bastante para conquistá-lo de vez. E queríamos de verdade sentir por ele toda aquela admiração que nos enfraquece os tornozelos e queríamos que a relação inteira tivesse acontecido com a mesma intensidade que aconteceram os carinhos involuntários de um no outro durante o sono.
E no dia seguinte do fim está um domingo de sol, mas um amigo está estragado da noite de ontem, a outra foi visitar a família, tem o casal que não atende o telefone e a que está em casa cuidando da avó. Só quem te dá atenção é ele, pela internet, certo de que foi melhor terminar, mas que quer continuar seu amigo.
Sua irmã fica com pena e faz pastel pra você. São tantas, tantas lágrimas por este fim e você deseja tanto que vocês combinassem mais, que tivessem dado certo porque ele era um homem bom e os caras que correm atrás de você são todos casados, safados e desempregados.
E já faz um dia que tudo acabou e você ainda vai sentir mais saudade, mas faltou amor na coisa toda, você sabe.

Um comentário:

  1. o difícil é lidar com a falta e alguém que até o dia anterior preenchia micro-espaços da sua vida...é uma presença tão sutil, mas que quando falta, torna-se uma ausência quase escandalosa, transbordante...mas passa, e tudo se preenche com o tempo!

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