quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Peixe fora d'água.

Na escola estadual onde eu trabalho a coordenadora pedagógica e yo fazemos aniversário no mesmo dia. Comecei a dar aula lá em agosto de 2010. Em fevereiro do ano passado vi no mural que meu nome não constava entre os aniversariantes do mês e fiquei calada. Ainda não tinha me apropriado de nada ali. Mas esse ano, mesmo depois de toda aquela confusão com a diretora na época da seleção do mestrado, tendo percebido que várias pessoas me olharam de cara feia e sendo uma tijucana em meio de cinquenta campograndenses, quando vi que novamente não estava escrirto "Cecília" no tal quadrinho, peguei uma caneta e escrevi a mão o meu nome lá. É meu aniversário também, eu dou aula ali, adoro receber parabéns e cansei de ser esquecida. Pronto. Quando voltei a escola, tinham colocado um papel novo, com o meu nome impresso. Lindo.
Hoje quando cheguei na escola particular, apenas uma professora me deu parabéns pelo aniversário. Aí alguns outros, acanhados, acabaram vindo falar comigo também, forçadamente, é claro. Foi constrangedor. Me senti nada pertencente e essa é uma das piores sensações que existem.
Não sei de quem herdei esse incômodo em não participar das conversas, meus pais são do tipo que entram mudos e saem calados. Não me incomodo em destoar, com isso já me habituei desde a aula de balet, quando só eu usava polvilho antiséptico Granado embaixo dos braços e uma menina perguntou o que era aquilo branco nas minhas axilas, já que todas as outras além de saberem fazer aqueles malditos pliês com graciosidade, ainda tinham mães que haviam descoberto antes da minha a importância da vaidade para crianças pré-adolescentes.
Me chateia, sim, passar em branco. Isso me mata.

2 comentários:

  1. minha mãe tentou me submeter ao polvilho, essa foi a primeira das minhas rebeliões silenciosas...

    Aline Claro

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  2. Caraca, tô rindo muito do polvilho.

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