segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Os objetos estão acabando.

Primeiro foram os discos, depois as fitas VHS e cassete, em seguida se foram as fotografias. Vitrolas, videoscassetes, walkmans e máquinas analógicas ficaram obsoletos. Posteriormente foram os disquetes e cd-roms. Antes a conta de telefone vinha grossa, agora é um papelzinho só e "veja sua fatura completa através do site....". Nunca vimos tantas coisas acabarem.
Os ingressos de cinema perderam o glamour, vêm agora em papelzinho de nota fiscal, igualzinho a uma Ruffles que se compra nas Lojas Americanas. Mas o filme, ah o filme...esse fica. Livros viram e-books, agendas cabem em um ipod e tudo o que é feito a mão passou a valer cinco vezes mais, justamente porque tem uma compensação bem mais demorada.
A barca Rio-Niterói se tornou mais compacta, mais rápida e sem janelas. Não assinamos mais o ponto, apenas encostamos o polegar direito em um visor que armazena nosso ir e vir. Carteirinhas também estão em extinção e os ascensoristas, tão simpáticos, são cada vez mais raros.
Ontem fui a um supermercado chique de São Paulo e vi que lá se vende manga cortadinha, orgânica e pronta para o consumo por dois reais e alguns centavos. O mesmo acontece com tangerinas e romãs. Facas pra que? A alface já vem higienizada, o peixe limpo, a uva sem caroço e a água de coco engarrafada.
Nos sobra tempo e espaço a beça.
A vida está mais fácil? Vamos mais a praia? Somos mais saudáveis? Temos mais amores? E mais dinheiro?
Assistimos pela TV ditadores serem mortos do outro lado do mundo ao vivo, nadamos em piscinas cobertas e pedalamos bicicletas que não vão a lugar nenhum.
Ainda bem que existe a panela, essa ninguém vai substituir.

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