quarta-feira, 12 de maio de 2010

Noah.

Em uma das turmas em que eu fui licencianda no CAP da UFRJ em 2008 tinha um menino chamado Noah. Ele era muito bonito, simpático e flamenguista. Estava no segundo ano quando eu fiz a minha regência.
Em 2008 o Noah namorava uma menina chamada Marília. Ela era baixinha e vascaína. Eles eram apaixonados.
Eu sempre corrigia as provas deles, me lembro da letra dos dois, a dele agarranchada e a dela muito bonita. Ele não enrolava nas respostas, ela em compensação, abusava das linhas estreitas com suas vogais redondinhas.
O Noah ia para o CAP, que é na Lagoa, de bicicleta. A Marilia pegava o mesmo ônibus que eu, 409, mas entrava no Rio Comprido, no primeiro ponto da Paulo de Frontin. O sobrenome dele é Shünermann (assim, com trema), o dela é Jordão. Os dois eram populares, alegres e cheios de amigos. Eu raramente falava com eles, mas prestava atenção de longe. Eu gostava deles.
Hoje, voltando do trabalho, vi o Noah no metrô indo para o jogo do Flamengo. Ele estava de mãos dadas com uma menina que não era a Marília. Tive vontade de chorar. Cheguei a ter que segurar as lágrimas.
Fiquei pensando no quanto, na idade do Noah, a vida muda rápido. Ele agora, provavelmente, está na faculdade, faz outras coisas e sai com outra menina. Na minha memória o Noah vai ser sempre o namorado da Marília porque eu só convivi com eles durante o tempo em que estavam juntos.
Pensei no quanto, apesar de ter apenas sete anos a mais do que eles, na minha idade os amores são estáticos.
Hoje eu queria ter falado com o Noah. Tenho um enorme carinho por ele e por todos os alunos do CAP com quem eu convivi. Foi uma época muito feliz. Escola é um lugar feliz. Pra eles, nós, licenciandos, estávamos ali todo ano. Pra mim, eles foram únicos. Eu não tinha o que falar com ele e acabei passando direto, me faltou tato.
Ele mora no meu coração.

4 comentários:

  1. eu me sinto exatamente assim amiga... pra eles fomos mais um... mas eles ficam na gente... engraçado né? dá mesmo vontade de chorar, ainda mais pela história que o Pedro II tem pra mim... o colégio é uma época muito feliz, minha volta a ela foi ótima... e a saudade aperta.

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  2. Hoje eu me pergunto se um dia vou me lembrar dos meus alunos desse ano, mas com certeza dos licenciandos da turma da professora Mônica eu vou me lembrar. Cada caso era único. Eles também moram no meu coração.

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  3. Ai que triste essa história do Noah!!!Será que a Marília gostava muito dele?É, a vida é efêmera...tudo passa e se renova!!Ainda bem, ou não, sei lá!!!

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