domingo, 27 de maio de 2012

Férias da minha vida.

Toda vez que passo o final de semana em Niterói com meu namorado, tenho a sensação de que estou de férias. Niterói ainda tem um aspecto de Região dos Lagos, com ruas tranquilas e ensolaradas, padarias cheias e a orla ao alcance dos olhos. Certamente essa é uma das razões para eu me sentir tão bem lá, mas há, também, outros motivos.
Me tornei mais uma dessas pessoas que só são felizes no final de semana. Tenho tido dias desgastantes demais, mal paro para ver se está chovendo ou fazendo sol. Por isso, sinto uma necessidade enorme de me abandonar quando chega o sábado. Talvez seja irresponsabilidade, pois muitos textos permanecem sem serem lidos e tarefas dos diversos trabalhos acabam sendo realizadas com pressa, mas se eu não puder parar, tenho certeza de que vou surtar. Ainda não me conformei com essa vida nova de correria, sem cinema, sem cafézinho no final da tarde e sem tempo para novelas. Não é isso que eu quero pra mim, mas estou na parte tortuósa do caminho. Se vou chegar a algum lugar, é um mistério.
A outra razão para o gostinho de férias é o enorme amor que eu sinto pelo homem que é a causa das minhas idas ao outro lado da Baía de Guanabara. Ficamos juntos pela primeira vez em agosto, mês longo e conhecido pelas tragédias que abriga em seus dias. De lá pra cá é ele quem melhor me compreende. São para ele a minha saudade, os telefonemas noturnos, queixas, desejos e fotografias. Verão e inverno, sempre ao lado dele eu estou de férias. Abençoado agosto.
Essa felicidade, é, no entanto, um convite ao silêncio. Os dias dolorosos também são. Cada vez mais tenho percebido que há poucos companheiros nessa jornada. E justamente os que permanecem são os que se mantém à margem, disponíveis, mas distantes. Pessoas muito próximas decepcionam, ou porque me julgam, ou porque não são aprovadas nos meus julgmanetos. Os rompimentos tornam tudo mais difícil. Sonhei há pouco tempo que fazia uma besteira enorme na frente de duas amigas e que elas riam de mim com desaprovação. Como fazer algumas pessoas entenderem que estou dando o meu máximo? Como diálogar com quem só faz o mínimo? Estou no limbo entre os pretenciosos e os preguiçosos, mas sou parecida com eles. Quero férias.

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