sábado, 14 de abril de 2012

Herança da mãe equivocada.

Minha psicóloga uma vez me chamou atenção por eu sorrir ao falar sobre a minha mãe. Não tenho uma boa relação com a minha mãe. A maioria das pessoas tem tragédias pessoais que ressoam para todo o sempre. Minha mãe é isso pra mim. Não vou me ater a detalhes porque não dá pra contar isso sem ser cafona. Posso apenas dizer que ela costuma dizer que que minha bunda parece um aleijão de tão grande.
A terapeuta tem razão, não se pode debochar desse tipo de comentário. Enquanto eu rio não enfrento o problema. O fato é que não estou podendo mais pagar a terapia, mas os resquicios dessa pegada down da minha projenitora são eternos e profundos.
Tenho crises de carência esporádicas. Fico um saco. Quero um tipo de amor que ninguém pode me dar. Teimo em achar que meu namorado é muito menos meu do que aparenta ser. Sofro muito.
Faço todas as idiotices de mulheres chatas, ligo várias vezes, choro, começo discussões intermináveis, procuro resquicios de possíveis deslealdades, encontro, escrevo poemas de amor ridículos, não durmo e me pergunto se essa relação vai dar certo, por quanto tempo nos amaremos e nos desejaremos tanto assim, entre muitas outras  interrogações niilistas.
Gostaria de ser mais segura e autonoma, de não precisar falar com ele antes de dormir, por exemplo. Acho que cobro dele o que não tenho na minha mãe. Maldito Freud que acertou tudo.

3 comentários:

  1. Em um dia de crise, como vários na minha vida, fiquei lendo seu blog por horas, vendo o histórico de anos passados, me deparei com um texto seu, falando sobre A noviça rebelde. Vi esse filme em uma madrugada de Natal há muitos, muitos anos atrás, quando a Globo exibia alguns clássicos na madrugada depois da Missa do Galo, mas não lembrava de muitos detalhes.

    Você comentou no texto algo sobre a sua necessidade de não se sentir acessória, sobre como ao detectar esse tipo de postura no homem que você amava, você tinha vontade de ir embora.

    A identificação foi imediata e total. Obviamente, falei sobre isso na terapia. E isso me levou a pensar na relação com o meu pai, que sempre ia embora e não dava indícios de que ia voltar, nem de que eu era importante.

    Por vezes, tenho esse tipo de carência profunda que você falou. Parece que nunca é suficiente que meu namorado diga que me ama, sinto como se estivesse no "Brilho de uma mente sem lembranças" e tivesse que escutar sempre, todo dia, o quanto eu sou importante para ele, porque eu simplesmente esqueço. Parece um buraco sem fundo.

    Madito Freud que continua acertando tudo.

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  2. Sentimentos idênticos me faz chama meu marido de pápi

    Ah Freud, vc me paga...

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  3. Sei como é. E essa carência é um monstrinho que nos engole, se a gente deixar.

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