domingo, 11 de dezembro de 2011

Se a via-crucis virou circo, estou aqui.

Sol de pleno dezembro. Eu fui.
Dez da manhã. Minha entrevista. Não me disseram que essa era a parte mais difícil.
Estudei enclausurada durante meses. Ouvi de uma professora do estado esses dias que lá é o seu ganha-pão e que não foi fácil passar, por isso ela valoriza muito esse emprego. Tive vontade de dizer a ela que não peguei em um livro pra fazer aquela prova e passei, já pra entrar no mestrado o rebolation foi intenso.
Achava que passada a prova escrita estaria tudo bem, jogo ganho. Sempre soube me expressar e estava segura em relação ao meu projeto. Fui a quarta a ser chamada. A sala tinha uma mesa enorme de madeira e a arrumação me deixou de frente para os cinco pós-doutores que, nessa circunstância, fazem o papel de inquisidores.
Quando me vi sentada ali, perdi a desenvoltura. Repeti palavras e esqueci meus talentos. Foi difícil. Quando saí, já na Presidente Vargas, esperando o ônibus, a ficha caiu e eu chorei muito.
Me lembrei da escola, do vestibular, de quando era caloura, do entusiasmo que foi surgindo aos poucos apesar de a História ter sido uma escolha consciente e antiga, dos textos lidos, dos não lidos, de todo o tempo que eu me senti atrasada por não estar na pós-graduação, dos meninos e meninas bem mais novos que eu que já estão no doutorado, de todo mundo no Rock in Rio enquanto eu estudava, do dia da prova, da frase que eu escolhi pra começar a escrever e das associações que fiz sozinha ou com a ajuda de amigos. Chorei as lágrimas de quem não está mais brincando. E fui trabalhar.
Deu tudo certo, fui aprovada em décimo quinto lugar. Os últimos serão os primeiros.
Não sei o que farei em relação a falta de tempo e dinheiro, mas nem me importo, consegui passar, a conquista é minha, essa é a prioridade, sou boa e corajosa o suficiente.

4 comentários:

  1. E eu sou só orgulho de vc, querida! Parabéns!

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  2. Uau, parabéns! Minha mãe diria "viu só como valeu a pena se esforçar?". E eu digo "você é foda". :)

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  3. Pô, nega, primeiro que vou parar de comentar pra forçar a baste ver se o nosso almoço sai. Porque né? Nós temos o mesmo nome, moramos no mesmo bairro, seguramos a onda do mesmo cabelo cheio de ondas e ainda dividimos o cl one como perfume pessoal. Convenhamos: discussão ao vivo se faz necessária!

    Simplesmente digo que a gente tem que ir pra guerra preparada. Eu também tinha essa impressão de que o drama era a prova teórica, quando não. Mas pô, tinhas alguns exemplos ao redor. :) e seleção é sempre um lelê. Bueno, só pra não sofrer sozinha, nem padecer por falta de informação que está do seu ladinho.

    Agora, te falar que acadêmico abre mão de mitiguei mais além do Rock in Rio, hem! Não deixe Seropedica pra trás, assim - eles são assim também porque a academia é do jeito que é. (meu palpite)

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  4. Ci, há muito tempo que não leio seu blog e adorei esse texto! A conquista é sua e fiquei muito feliz!!

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