terça-feira, 30 de agosto de 2011

A partida.

Nunca entendi quem manda mensagens nas redes sociais de amigos que morreram. Achava que era querer aparecer, afinal, nunca imaginei Facebook no Céu. Ontem, então, infelizmente, percebi que estava enganada. Soube, um pouco antes de dormir, que um amigo antigo, desapareceu em uma praia de Salvador. Foi nadar e não voltou mais. Era um estudante engajado, o conheci em um trabalho social que participei. Vinha de família pobre, era o primeiro a fazer faculdade, teve uma filhinha antes dos vinte anos, morava no alojamento do Fundão e escrevia poesias muito bonitas (e eu sou particularmente exigente com poesias).
Ao ser informada sobre a notícia, vi o link para o perfil dele no Facebook e ao entrar lá, me deparei com a foto que exibia toda a doçura e a alegria que lhe eram peculiares. Mandei minha mensagem.
Fui dormir muito triste, chorei, pedi a Deus pelos que ficaram, me lembrei de muitos momentos especiais ao lado dele e acabei sonhando com a situação. No sonho, ele me contava que tinha ido com um amigo para uma praia pequena e que os dois ficaram boiando relaxados, mas quando ele se deu conta, estava longe já. Era ele que falava, vivo, forte, bonito, meu amigo.
É uma morte imperdoável.
Tentei imaginar o que Deus disse a ele quando o acolheu e acabei me questionando sobre essa coisa toda de  Deus. Mas sabe, isso existe sim. E o meu amigo, com certeza, está bem. Gostaria que ele lesse meu recadinho lá onde está. Na verdade o que eu queria mesmo era que ele aparecesse vivo e ansioso por abraços. Como dói.

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