terça-feira, 6 de março de 2012

A novidade é o máximo.

Hoje foi a minha primeira aula do mestrado. Não vim esperando nada. Terminei as matérias da faculdade em 2008.
Desde então só trabalho.
Desde então não me sinto estudante.
Tive medo de ficar deslocada, em uma turma cheia de jovenzinhos recém formados, bolsistas, filhos de pais que os sustentam (ui ui ui). Tive vergonha dos meus 27 anos.
Até chegar lá.
Na sala tem um antropólogo do Maranhão que estuda a oposição dos evagélicos ao Sarney (Uau!), tem uma baiana que estuda um vice-rei do Brasil e da índia durante o Império português, tem uma potiguar (norteriograndense não existe) que estuda alguma coisa que eu esqueci, uma mineira que estuda jornais de bairro, uma carioca que vai análisar as historinhas do Carlos Zéfiro, um gaúcho que estuda a Guarda Nacional, gente que estuda México, Grécia, Chile... Gente de 20 e poucos anos ou vinte e muitos anos. Todos alegres por estarem ali. Eu estou muito alegre por estar ali também.
A professora, que me deu aula quando eu era caloura, quando me viu comentou que eu me tornei uma mulher. Plenitude, teu nome é mulher. Inconstância é para as meninas.
Ontem dei aula, amanhã também darei. Meu dinheiro é pouco e a consciência de que o mundo lá fora é duro já me atingiu faz tempo, but how warm is this place.
Subindo as escadas, depois da aula, vi todos aqueles estudantes de graduação, alguns muito jovens, vestidos daquele jeito próprio dos calouros de História, com o saião da mãe que não, não é mais bonito, e com uma blusinha da Cantão. Cabelos vermelhos pintados em casa. Mochilas. Relatos sobre os melhores blocos de Carnaval. Eu poderia contar a eles toda a verdade, mas prefiro esquecer. Estudei, caminhei, fiz tudo para estar aqui. Não faz sentido não ser feliz.

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