segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A carruagem não existe e a abóbora é minha.

Martha Medeiros, minha cafona favorita, disse esses dias, em uma de suas crônicas que o bom é inimigo do perfeito. Fiquei com essa frase pra sempre na cabeça. Até falei dela pra uma amiga que costuma colocar defeito em todos os pretendentes e pensei que comigo foi nessa linha de pensamento que se baseou a decisão de investir no homem com quem estou (feliz) hoje.
E no último sábado, depois de almoçarmos num lugar legal e de termos passado a tarde inteira juntos jogando papo fora, fomos a casa de uma amiga. Lá estavam outros amigos, sentamos, tomamos café, conversamos e... alguma coisa não estava boa de repente. Me esforcei pra não discutir na frente de ninguém, insisti pra ir embora, chorei quietinha no taxi e só no quarto, depois de tomar banho e escovar os dentes, expliquei minha insatisfação.
O que mais me chateou foi a merda ter se dado na frente dos meus amigos. Porque eu queria tanto compartilhar com eles a alegria de ter encontrado um homem legal em tempos de seca, que depois só pensava no que eles teriam achado e em como seriam os próximos encontros com outros amigos. Me senti desprotegida e desencantada. Péssimo. Fizemos as pazes da forma como dava e dormimos. De madrugada, altas horas, vigézimo sono, nós, abraçados, começamos a falar. Foi uma daquelas conversas cheias de verdades e nenhuma agressão, com abraços e amor.
Cheguei em casa apaixonada, certa dessa paixão, fortalecida e cagando baldes para o que pensaram ou deixaram de pensar meus amigos.
Lembrei do soneto de Shakspeare, número 14, no qual ele fala sobre sua amada e diz que a pele dela não é feita de neve, que seus cabelos, por vezes, parecem arames, mas quando ela anda, seus pés tocam o chão.
Meu amor é real. É isso.

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