domingo, 17 de outubro de 2010

A vida dos peixes.

Trouxeram os pães, a manteiga e o azeite.
Me lembrei de um filme que assisti na semana passada.
Veio o mate.
O filme era sobre Andrés e Beatriz, que foram namorados há dez anos atrás.
Começamos a conversar sobre tudo o que moveu a nossa vida nos últimos meses.
Torradas. Ele terminou o namoro.
No filme, Andrés continua bonito e solteiro. Beatriz se casou, engordou e teve duas filhas. Não se veste bem.
O sal grosso de um dos pães vai bem com o azeite aromatizado cor de abóbora. Não sinto o cheiro, estou gripada.
Ele quer ir embora pra França.
Andrés continua achando Beatriz linda como ela era antigamente.
Focaccia de limão e pedacinhos de fungui na manteiga. Ele está fazendo uma nova terapia.
Beatriz conta que sofreu muito quando Andrés a deixou.
Peço um prato leve e conto que consegui esquecer aquela paixão.
Andrés diz que não achava saudável se casar com a primeira namorada, mas que ainda a ama.
Vem a salada. Digo que gosto de outra pessoa.
Andrés propõe um novo começo a Beatriz. Quer ficar com ela e com as filhas dela.
Castanhas de caju misturadas a alface. Me sinto diante da sorte do amor tranquilo.
Beatriz aceita o recomeço proposto por Andrés.
Vinagrete de maracujá. Eu pisciana e ele escorpiano, adoramos sentimentos devastadores, mas na segunda metade dos vinte anos, temos consciência da nossa fragilidade e evitamos excessos.
Andrés e Beatriz saem juntos da festa em que estão e pela primeira vez se tocam, dando as mãos ansiosos.
Pedaços de queijo pela salada. Eu, ele e nossas possibilidades.
Beatriz hesita em ir com Andrés.
Terminamos de comer e ficamos conversando.
O filme acaba.

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