sábado, 17 de julho de 2010

Pausa no bom humor.

Da quinta a oitava série eu gostei de um menino chamado Fernando. Era um amor platônico, ele era um ano mais velho que eu e me esnobava. Sofri que nem uma condenada. Muito de mim é resultado dessa rejeição. Devo muito da minha insegurança a expectátiva frustrada de que ele correspondesse aos meus olhares durante os recreio de 1996, 97, 98 e 99. Nunca tive raiva do Fernando. Ele não tinha culpa de não gostar de mim. Inclusive uns anos depois ele me procurou no ICQ e pediu desculpas. Tinha bom coração.
A adolescencia passou, outras paixonites vieram, umas correspondidas,outras não e aqui estou eu, sem grandes sequelas dos traumas antigos.
Hoje, no entanto, eu senti muita raiva desse passado de merda. Minha irmã faz aula de tecido acrobático aqui na Tijuca com uma menina que estudou na mesma escola que eu e que era da turma do Fernando. Quando ela descobriu que nós somos irmãs, não hesitou em dizer que eu era apaixonada pelo amigo dela, que vivia enchendo o saco dele e ele fugia de mim, desesperado. A filha da puta disse isso pra minha IRMÃ.
Fiquei em pé as seis da tarde na Praça Sães Peña chorando de raiva, sem conseguir me mexer. Pensava em tudo, em todos os homens que eu já gostei, no quanto eu sempre faço o possível pra não ser chata e inconveniente com eles e em como eu padecia por não fazer parte do grupo padrão da minha escola.
Essa menina que falou isso...essa menina não é bonita. Ela também não pertencia. Também era outsider, mas ao invés de ser solidária, não, ela preferiu me machucar, sem ter razão nenhuma pra isso. Tenho a sensação de que ela vai ser infeliz pra sempre.

2 comentários:

  1. tomara que seja mesmo infeliz pra todo sempre

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  2. como diria irmã selma, da terça insana: eu rezo... e acontece!

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