quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Motel.

Desde que eu tinha dezoito anos e era uma ingênua caloura de História da UFRJ, a palavra "Motel" faz parte da minha vida. Meu primeiro namorado e eu eramos virgens antes de nos conhecermos e, sendo assim, ambos nunca tinhamos ido ao motel. Ele, que era três anos mais velho do que eu, recebia uma mesada de 200 reais do pai, dos quais 60 reais, iam para a mega-sena. Sobrava pouco para passeios, filmes e para o motel, o que era motivo de muitas brigas. Descobrimos um lugar confortável e barato, que em dias de semana, no período de 12 horas, dava direito a almoço. Levávamos o refrigerante na mochila e passávamos o dia lá. Era a Disneylandia..
Posteriormente namorei novamente e o rapaz morava longe. Passávamos noites inteiras num motel claustofóbrico que ele, apaixonado, adorava, e que eu, deslocada, cada vez gostava menos. No café da manhã desse lugar, que estava incluído no pernoite, tinha um pedaço de bolo gostoso, mas todo o resto era ruim. Não sinto saudade.
Aí achei que tinha conquistado o grande amor da minha vida e ele morava sozinho, mas eu, infantil, disse que não queria ir a casa dele porque não me sentiria bem pela mulher que morou com ele lá pouco tempo antes. Homem quando quer transar faz tudo o que a gente pede e aí fomos ao motel. Na primeira vez ele quis passar a noite inteira e eu quis ir embora. Na segunda, ele me avisou que tinha um compromisso e ficamos juntos por menos de 4 horas.
No namoro seguinte,em uma das vezes que fomos ao motel, num domingo a noite depois de passear na Barra (namorado tijucano é assim), faltou luz, nós nos lembramos rapidamente do assalto que acontece em "Cidade de Deus" e saímos correndo desesperados.
E esses dias, um amigo que foi pouco a motéis, certamente porque mora sozinho desde novinho, me perguntou o que significa um motel ser bom. E eu, que estou apaixonadíssima, namorando um niteroiense que mora em São Paulo, e que por isso, quando estou por aqui com ele, preciso recorrer a motéis, disse que a limpeza e o conforto são iténs importantíssimos. E de fato são, mas no último final de semana, acabamos variando o estabelecimento e trocamos o chique da Zona Sul que andávamos indo, por um na orla de São Francisco. E lá tinha espelho no teto. Digo a vocês: Como é bom!

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