quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O amor - Que preguiça!

Em "A noviça rebelde", filme mais antigo da vida de quase todos nós, a personagem que mais me chama atenção é a Baronesa Elza Schraeder. Não é dela que eu mais gosto, absolutamente. Divido com o mundo inteiro o clichê de amar Fraulain Maria, mas me identifico mesmo é com a baronesa rejeitada.
Georg Von Trapp, pai da  criançada, é um homem rico e sedutor. Foi na elegância de Elza, que após a morte de sua mulher, ele buscou sentido para sua vida. Ela, moradora de Viena, sorria de forma comedida e simpática e não queria filhos. Suas roupas, com laços avant-garde e cores quentes, denunciavam o bom gosto e a herança generosa que havia recebido quando ficou viúva. Era uma mulher feliz, que estava apaixonada por um homem que não pertencia ao seu mundo.
Em sua primeira incursão a Salzburg, habitat de Georg, ela se esforçou para se portar com naturalidade diante dos filhos que não eram seus e que não queria para si e tomou com gosto a limonada rosa (e por isso mais famosa do cinema) que lhe foi servida.
No entanto, ao perceber que a simplicidade de Maria (se fosse no Brasil a chamaríamos de chucra) tocou fundo o coração do homem que julgava ser seu, Elza tirou seu time de campo. E a sua fala de despedida do Capitão é, para mim, a mais bonita do filme inteiro. Eis um trecho:
"Eu preciso de alguém que precise desesperadamente de mim ou do meu dinheiro. Esse não é o seu caso. Vou voltar pra Viena, que é o meu lugar". E sai, cheia da dignidade própria dos derrotados.
Sou como Elza, quando me dou conta de que minha existência não é absolutamente essencial para o homem que decidi amar, sinto vontade de deixar tudo ali como está, sem dar maiores explicações e sumir.
Mas aí penso no Jânio Quadros, que renunciou crente crente que iam implorar pela sua volta, e tudo o que conseguiu foi ser um ex-presidente lembrado pelo português pronunciado corretamente.
É como a frase do Gabriel Garcia Marques que uma amiga minha sempre lembra: "Nada nessa vida era mais difícil do que o amor". Ai ai...

Um comentário:

  1. só você pra chamar a mulher de CHUCRA! sasuhahusa eu ri muito nessa hora

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