terça-feira, 8 de junho de 2010

Anoitecendo o sonho.

Sempre gostei de vestido de noiva. "Quatro casamentos e um funeral" foi um dos filmes que eu vi mais vezes justamente por adorar festas de casamento. Fui madrinha de dois amigos, me maquiei, fiz penteado e subi no altar. Confesso que gosto dessa cafonice toda. Talvez alguns juramentos sejam mentira, mas e daí? Se é verdade na hora, vale a pena.

Desde que entrei na vida adulta, me acostumei com a idéia de que jogar o buquê não era pra mim. Não cheguei a sofrer com isso, foi uma constatação. No entanto, de uns tempos pra cá, especialmente depois que eu assisti a um programa sobre noivas em que foi feita uma entrevista com o costureiro do vestido da Juliana Paes (a mulher mais linda, simpática e feliz do mundo), meu desejo mulherzinha reprimido veio a tona.

Passei a me imaginar constantemente vestida de branco, com um vestido clássico, sem muita frescura. Penso no meu cabelo, nas flores que usaria para os arranjos da igreja e nas pintinhas dos meus ombros sendo exibidas saudáveis e imperfeitas.

Li um texto na Piauí sobre um casal que convidou um poeta para celebrar o casamento deles. Não poderia ter sido melhor a idéia. O artista, cujo nome eu esqueci (imperdoável), disse no seu rápido discurso anterior ao "sim" que quando um dia foi bom a noite chega rápido, e que portanto, casar é anoitecer, é perguntar: "Como chegamos aqui?". Achei emocionante.

Meu primeiro namorado vai se casar agora em julho. Vai ter igreja, festa, padrinhos e etc. Meu primeiro namorado era mais apaixonado por mim do que qualquer homem já foi (e alguns foram). Nós queríamos um casamento com toda a pompa e circunstância, imaginávamos casas pequenas com varandas e crianças. Eu desisti da coisa toda, pulei do barco, naufraguei sozinha daquele amor. Fui atrás de uma angustia que não me abandonou até hoje, 5 anos depois.

Desejo toda a felicidade do mundo a esse meu primeiro namorado, mas sinto inveja dele. Sinto inveja por ele ter encontrado um amor, por ter sido feliz com uma pessoa, coisa que eu sonho tanto em conseguir. Sinto inveja por ele ter me superado, já que eu estou demorando tanto a superar a minha última investida amorosa. E o que dá mais raiva é a certeza de que não podia ser eu ao lado dele. Amar esse rapaz não era uma opção. Ele não é pra mim e eu não sou pra ele. Me sinto como naquela música do Legião, "Maurício", "a solidão até que me cai bem".

No sábado de madrugada um grande amigo que estava num casamentaço na Mansão Rosa, me mandou uma mensagem com um verso de um funk que eu vivo cantando. Quando a música tocou na festa ele se lembrou de mim. Por causa disso, tenho me imaginado vestida de noiva dançando até o chão e beijando o homem da minha vida até o fim da festa. Lamento a impossibilidade quase total disso acontecer, de eu anoitecer (e amanhecer) com alguém e espero que esses devaneios burgueses passem rápido. Eles doem muito.

5 comentários:

  1. Não vejo porque seja um devaneio e porque não possa acontecer... o que mais aprendi nesses últimos dias é q tudo é possível amiga, e o q vc tá pedindo nem é muito...
    agora, não façp questão de ser madrinha [fico anã de longo], mas quero uma mesa perto da comida!!! huahauhauhauhauhauhaua

    ResponderExcluir
  2. " E enquanto a noite passa. Eu rego o seu jardim, você já vai voltar"

    ResponderExcluir
  3. Eu também acho meio bregas essas cerimônias de casamento, mas vivo sonhando que a família do português com quem eu vou casar vai ser muitíssimo católica (e muito rica) e não vai permitir que o filho deixe de se casar na igreja. Assim eu tenho um álibi para a cafonice. E meu vestdo vai ter mangas de renda, tomara-que-caia talvez ficasse mais bonito, mas tá tão batido!

    Enfim, a gente vai sonhando.

    ResponderExcluir
  4. imaginávamos casas pequenas com varandas e crianças é bem otto. e depois daquela nossa conversa eu não tiro o cd do aparelho.

    ResponderExcluir
  5. O poeta que celebrou o casamento foi o Carpinejar: "eu os declaro casados em nome da poesia".

    ResponderExcluir

Conte-me tudo.