domingo, 21 de fevereiro de 2010

Solidão ultramarina.

Sábado a noite sozinha. Não tenho amor e o sexo ready made que eu arranjei não estava disponível. Pensei em me jogar pela janela e escrever uma declaração explicando de quem era a culpa da minha desistência: De um homem e da minha chefe, mais dela do que dele.
Comi todos os chocolates, telefonei, li o que era possível e nada. Solidão não derrete com o calor. Decidi entrar no Bate Papo da UOL e exercitar a paciência que eu tinha aos 16 anos. O problema é que aos 24, quase 25 anos, a pergunta "Tc de onde?" soa péssima. Ainda assim continuei. Aos dois dias dos 25 anos nenhuma sala tem gente, só a de sexo. Entro com o nome "Deborah". Vejo os nicks menos sutis: "Pau grande come cu", "Buceta encandescente", "Garota molhada" e O "Casado safado" de sempre. Nada me apetece.
Num cantinho desse espaço virtual gelado tinha um "sozinho" assim, com letra minúscula. Puxei assunto. Me perguntou se eu também estava sozinha e por que. Não paramos de conversar. Não falamos sobre sexo. Os assuntos se estreitaram. Ele é angolano. Eu e ele buscamos companhia para os sábados vazios em salas de bate papo que se tornaram obsoletas.
Meu ready sex boy, que só serve pra isso e faz isso muito bem, não tem habilidade com a minha carência. O homem que eu amo conhece cada centímetro da minha tristeza, mas tem tumulto suficiente pra se manter longe pelos próximos 15 anos. Minha mãe me acha vulgar e minhas amigas são casadas. O "sozinho" angolano salvou a minha noite.

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